De acordo com o economista, o conflito na Ucrânia provocará uma séria crise de abastecimento, fazendo com que muitos países comecem a ter falta de alimentos. É justamente esta situação que pode gerar benefícios para os EUA.
Este cenário tem a ver com o fato de tanto a Rússia quanto a Ucrânia serem grandes produtores de trigo, com a Rússia ocupando o primeiro lugar e a Ucrânia o quinto lugar, respectivamente.
Apesar da posição privilegiada dos dois países, a atual situação gera um déficit na distribuição de grãos, o que, consequentemente, influenciará os preços dos produtos, e com uma escalada na Ucrânia, os preços devem subir ainda mais, elevando a demanda por produtos alternativos, como o milho, que também já ficou mais caro.
Nesta situação, os países envolvidos precisarão assegurar estes produtos para suprirem suas próprias necessidades, enquanto as outras nações correm o risco de passar fome.
Esta não é a primeira vez que os EUA utilizam esta estratégia, que já foi empregue no passado, quando os norte-americanos usaram o petróleo e o câmbio para assegurar sua hegemonia nos anos de 1970.
Na ocasião, as medidas tomadas por Washington asseguraram consideravelmente o seu domínio, e agora não estão poupando esforços para realizar a mesma estratégia, usando a Ucrânia como instrumento para fazer com que seus aliados abandonem os recursos energéticos russos.
Segundo o economista, a estratégia americana é clara como água, o país que “só quer a paz mundial e a segurança de todos” visa apenas seus interesses, mesmo às custas de um país ou um povo inteiro, a fim de abocanhar os mercados de seus aliados-clientes, já que o abandono do gás russo faria com que os europeus comprassem gás dos EUA.
Além do gás, os americanos ainda abocanhariam o mercado agrícola, elevando o papel das suas corporações, devido ao possível déficit mundial, além de manter a hegemonia da sua moeda nacional.