Restrição a ”ônibus de fora” em SP é vista com críticas

Proposta de criação de pontos de conexão entre linhas municipais e intermunicipais para limitar rotas entre cidades na capital paulista é criticada

A proposta de criação de pontos de conexão entre linhas de ônibus municipais e intermunicipais de São Paulo, limitando a entrada dos intermunicipais na cidade, em análise pela gestão João Doria (PSDB), foi recebida com ressalvas entre os empresários do setor e por estudiosos do sistema de transportes. Há consenso de que a sobreposição de linhas é prejudicial à cidade, uma vez que o sistema perde eficiência, mas há ainda o temor de que o passageiro possa ser prejudicado.

“Acho razoável diminuir essa sobreposição indesejável de linhas, principalmente nas áreas mais centrais da cidade”, diz o professor do Departamento de Engenharia de Tráfego da USP Claudio Barbieri da Cunha. Mas ele ressalta que a medida não poderia prejudicar o passageiro com o pagamento de uma tarifa mais cara.

“O sistema de ônibus de São Paulo, seja ele municipal ou intermunicipal, necessita de ajustamento como um todo para otimizá-lo o máximo possível”, afirma. “Existem duas medidas para racionalizar o sistema: pode ser pelo lado indesejável da redução de oferta, ou seja, menos ônibus nas ruas, o que prejudica a população, ou pelo lado da demanda, atraindo mais passageiros para aumentar receita. Esse tipo de reestruturação deve ser analisado linha por linha. É parte da solução, mas não vai ser a solução.”

Empresas

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUbanuss), que representa as operadoras das linhas municipais, afirma, em nota, que “não vê como solução, para ampliar o potencial de arrecadação, a penalização dos clientes do transporte”.

O setor sugere uma alternativa: fazer a integração tarifária, como ocorre entre ônibus, metrô e trens. “Parece mais razoável, a exemplo do que já ocorre com o transporte municipal e o transporte metroferroviário, a participação do transporte intermunicipal na Câmara de Compensação, com toda a arrecadação com o pagamento das tarifas repartida entre as empresas operadoras, a partir de porcentuais prefixados”, diz o sindicato, em nota.

O Setpesp, sindicato que representa as empresas de ônibus intermunicipais, informou em nota que só se manifestaria sobre a hipótese quando ela se tornar realidade.

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