O senador e relator do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), voltou a criticar a tramitação da proposta na Câmara dos Deputados. Durante a sanção da proposta nesta quarta-feira (26/11), o senador afirmou que a Casa Alta realizou “um debate aberto” e não “reuniões escondidas”.
Essa declaração está alinhada às críticas constantes do político alagoano ao tratamento dado à pauta pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seu principal rival político em Alagoas. Ambos estavam presentes na cerimônia de sanção, mas em posições opostas no palco e sem interações diretas.
“No Senado, tivemos um debate aberto. Não fizemos reuniões secretas, realizamos quatro audiências públicas e nunca pensamos em modificar as fontes e compensações do projeto para favorecer os mais ricos”, disse Renan.
Ele se referia às alterações feitas por Lira no projeto. O deputado incluiu a isenção fiscal sobre lucros relativos ao ano de 2025, que serão distribuídos até 2028, além de considerar dividendos enviados ao exterior em seu parecer aprovado por unanimidade na Câmara.
Renan também defendeu o andamento do projeto que aumenta o imposto sobre casas de apostas on-line no Senado. A proposta, apresentada simultaneamente à ampliação da isenção do IR como medida para elevar a arrecadação e atingir as apostas, encontra resistência na Câmara.
Mais cedo, Renan, que preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), adiou a votação do projeto para a próxima terça-feira. Com relatoria de Eduardo Braga (MDB-AM), o projeto eleva o imposto sobre apostas de 12% para 18% a partir de 2028.
“Eu espero sinceramente, presidente, que o dinheiro dos cidadãos mais pobres não seja usado para jogos de azar. Essa prática, protegida por influências poderosas, deve pagar seus impostos como determina a lei”, afirmou.