A relatora especial sobre a Situação dos Defensores de Direitos Humanos, Mary Lawlor, solicitou que a China respeite os defensores de direitos humanos que estão presos no país.
Em um comunicado apoiado por outras três relatoras, Lawlor pede que o país asiático assegure que os prisioneiros não sofram tortura ou outros maus-tratos.
Assistência médica
Segundo a relatora, existem denúncias frequentes de que os detidos são impedidos de receber visitas e não têm acesso a tratamento médico adequado. Para ela, essa situação é preocupante.
Mary Lawlor também pediu que o governo chinês permita visitas de familiares e advogados, garanta cuidados médicos e estabeleça locais de detenção oficiais, com informações sobre a localização e situação dos presos disponíveis para quem tenha interesse legítimo.
Apesar dos pedidos, as autoridades chinesas não forneceram respostas detalhadas sobre o tratamento dado aos defensores de direitos humanos presos no país.
A relatora mencionou que recebeu apenas respostas genéricas, com poucas informações específicas sobre as questões levantadas.
Informações sobre sete defensores
Mary Lawlor solicitou à China dados detalhados sobre as condições de sete defensores de direitos humanos que cumprem sentenças superiores a dez anos.
Em fevereiro, ela enviou cartas às autoridades chinesas pedindo informações precisas sobre o estado de saúde e tratamento de Ding Jiaxi, Huang Qi, Huang Yunmin, Ilham Tohti, Qin Yongmin, Zhang Haitao e Zhao Haitong, incluindo datas das últimas avaliações médicas.
Também solicitou explicações sobre as alegações de maus-tratos e as razões para as restrições às visitas de familiares e advogados. No entanto, detalhes específicos foram fornecidos em apenas dois dos sete casos.
Caso do advogado Gao Zhisheng
Mary Lawlor pediu ainda informações sobre o paradeiro do renomado advogado de direitos humanos Gao Zhisheng, cujo destino é desconhecido desde 2017.
A esposa de Gao, Geng He, que vive nos Estados Unidos, continua buscando informações sobre seu marido e pediu ajuda publicamente para localizá-lo.
As autoridades chinesas declararam que Gao Zhisheng foi libertado em 2014 e negaram que ele tenha sido vítima de “desaparecimento forçado” ou “detenção arbitrária”.
Em resposta a uma comunicação oficial de 2017, o governo informou que a polícia abriu uma investigação baseada em uma denúncia de desaparecimento feita pela família de Gao, e que o caso permanecia aberto.
Mary Lawlor afirmou que, apesar dos pedidos de informações, nenhuma atualização foi recebida, e renovou seu apelo para que as autoridades chinesas esclareçam o paradeiro e a situação do advogado.