Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou que ainda não foi definida uma data para uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos EUA, Donald Trump. O encontro tem como objetivo discutir as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
No sábado pela manhã, Alckmin visitou uma concessionária Hyundai em Brasília acompanhado do ministro dos Transportes, Renan Filho. Durante uma conversa com a imprensa, destacou que algumas tarifas para produtos como celulose, ferro-níquel e herbicidas foram eliminadas, e outras, como para a madeira serrada, foram reduzidas.
Segundo ele, a soma dessas medidas representa cerca de US$ 1,7 bilhão em avanços. Alckmin ressaltou a importância do encontro que ocorreu em Nova York entre os dois presidentes e destacou que há muita confiança de que novas etapas serão alcançadas. “Não há motivos para manter essas tarifas, pois os EUA têm superávit nas negociações comerciais com o Brasil, vendendo mais para nós do que compram de nós”, afirmou.
Ele também mencionou que há oportunidades para aumentar investimentos mútuos e fortalecer a economia entre os dois países. Sobre futuras reuniões, comentou: “Vamos aguardar”.
Além disso, o vice-presidente revelou que tem mantido conversas positivas com autoridades americanas do setor de comércio, como o secretário Howard Lutnick e o embaixador Jamieson Greer, chefe do USTR.
Alckmin não confirmou novas datas para diálogos oficiais, mas fez uma analogia com sua experiência como professor de química, destacando que encontrou uma boa ‘química’ durante o encontro entre Trump e Lula na Assembleia-Geral da ONU.
Avanços na negociação, dizem ministros
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que as negociações com os Estados Unidos estão progredindo, embora problemas internos e agendas paralelas nos EUA estejam atrasando os processos. Ele mencionou que o shutdown americano frequentemente atrapalha o funcionamento do governo e suas relações comerciais.
Renan destacou que o diálogo deve ser feito pela diplomacia e que os avanços são positivos. Ele ainda lembrou que o plano americano para a pacificação da Faixa de Gaza, apoiado pelo Brasil, é uma das muitas questões em discussão entre os dois países.
Quanto ao possível local para a próxima reunião, o ministro explicou que o encontro pode acontecer fora do Brasil ou nos EUA, dependendo da agenda internacional dos presidentes. Ressaltou que o encontro em Nova York ajudou a melhorar o clima entre as nações.
Renan Filho comentou que desde a imposição das tarifas, houve várias remoções e reduções. Atualmente, tramita no Congresso a Medida Provisória 1.303, que busca soluções para setores ainda prejudicados pelas tarifas elevadas. Ele concluiu: “Há um caminho a seguir, e como disse o presidente, vamos aguardar”.
Estadão Conteúdo