O Reino Unido anunciou no sábado (5/7) a retomada das relações diplomáticas com a Síria, interrompidas por mais de dez anos. Este passo representa um avanço nas conexões com as novas autoridades islâmicas, em um cenário de reconstrução do país após mais de 13 anos de conflito.
O conflito sírio teve início em 2011, originado pela repressão dos protestos a favor da democracia. Diversas nações europeias, entre elas o Reino Unido, se posicionaram contrárias ao governo de Bashar al-Assad.
Em resposta às sanções internacionais impostas a Damasco, Londres havia fechado sua embaixada no país. Agora, o ministro das Relações Exteriores, David Lammy, realizou a primeira visita ministerial britânica à Síria em 14 anos e declarou que o restabelecimento das relações visa apoiar o novo governo na construção de um futuro estável, seguro e próspero para todos os sírios.
Durante a visita, Lammy se reuniu com o presidente interino sírio, Ahmad al-Shareh, e com o ministro das Relações Exteriores da Síria, Assaad al-Shaibani. O representante britânico ressaltou que um país sírio estável é vantajoso para o Reino Unido, pois pode reduzir a migração irregular, garantir o desmantelamento das armas químicas do governo anterior e combater o terrorismo.
Essas metas são compartilhadas por outros países ocidentais, que também retomaram relações diplomáticas com o governo sírio, apesar das cautelas em relação à situação das minorias no país.
Com o custo da reconstrução estimado pela ONU em mais de US$ 400 bilhões, as autoridades sírias recebem apoio financeiro internacional. O Reino Unido comprometeu-se a destinar US$ 129 milhões adicionais para ajuda humanitária e reconstrução, somados aos US$ 223 milhões prometidos em março.
Desde a queda do regime do clã Assad em 8 de dezembro do ano passado pelas forças islâmicas, a Síria tem vivenciado um período de intensa movimentação diplomática, buscando estabilidade e recuperação.