Em uma demonstração de aproximação com a nova administração da Síria, o Reino Unido optou por retirar da sua lista de organizações terroristas o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que foi responsável pela queda de Bashar al-Assad. Essa decisão foi divulgada na terça-feira, 21 de outubro.
Segundo o governo britânico, essa ação visa fortalecer o diálogo com o governo interino sírio, liderado pelo ex-jihadista Ahmed al-Sharaa.
“Remover Hayat Tahrir al-Sham (HTS) da lista de grupos terroristas permitirá uma colaboração mais estreita com o novo governo da Síria e apoiará as prioridades do Reino Unido, tanto nacionais quanto globais, incluindo o combate ao terrorismo, gestão migratória e eliminação de armas químicas deixadas pelo governo anterior”, declarou o governo britânico.
Após a derrubada do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro de 2024, o HTS foi desfeito pelo próprio líder do grupo e atual chefe da Síria, Ahmed al-Sharaa. No entanto, o grupo jihadista ainda exerce grande influência no governo interino, com ex-integrantes ocupando cargos-chave na administração do país.
Além do Reino Unido, os Estados Unidos também retiraram o HTS da lista de Terroristas Globais Especialmente Designados, decisão tomada após encontro entre o então presidente Donald Trump e Ahmed al-Sharaa na Arábia Saudita, em maio do mesmo ano.
Embora o futuro político da Síria ainda apresente incertezas, o governo atual já recebeu reconhecimento significativo da comunidade internacional, incluindo o apoio da Rússia, sob liderança de Vladimir Putin, que por muitos anos foi um dos principais aliados do regime de Assad.
Na 80ª Assembleia Geral da ONU, ocorrida em Nova York no mês passado, Ahmed al-Sharaa reafirmou seu poder na Síria, tornando-se o primeiro presidente do país a discursar no evento em quase 60 anos. Durante a assembleia, o líder sírio também participou de diversas reuniões bilaterais com autoridades globais.