O Rei Charles III, comandante das Forças Armadas do Reino Unido, inaugurou nesta segunda-feira (27/10), no centro da Inglaterra, um memorial dedicado aos militares LGBT+ que durante muito tempo sofreram discriminação. Este é o primeiro monumento desse gênero no país.
As relações entre pessoas do mesmo sexo foram descriminalizadas em 1967 na Inglaterra e no País de Gales. Porém, a proibição de pessoas homossexuais, bissexuais ou transgêneros nas Forças Armadas só foi eliminada em 2000. Muitos soldados foram demitidos, perderam pensões e medalhas, e em alguns casos foram presos e até submetidos a tratamentos médicos.
Em 2021, o Ministério da Defesa anunciou que pessoas que sofreram discriminação poderiam recuperar suas medalhas perdidas.
O monumento, chamado “An Opened Letter” (“Uma carta aberta”), foi apresentado no National Memorial Arboretum e tem a forma de uma folha de papel amassada, com palavras retiradas de cartas pessoais, que muitas vezes foram usadas como provas para acusar pessoas supostamente homossexuais.
Vestindo um terno cinza, o monarca de 76 anos colocou uma coroa de flores aos pés do memorial, cercado por militares em atividade e veteranos.
A construção deste monumento foi uma das 49 recomendações da Etherton Review, um relatório encomendado pelo governo para analisar o tratamento dado aos veteranos LGBT+ que serviram nas Forças Armadas durante o período de proibição.
Publicado em 2023, o relatório também sugeriu o pagamento de compensações financeiras para os militares que sofreram discriminação. Agora, eles podem pedir uma indenização de até £70 mil (cerca de R$ 501 mil).
Em dezembro de 2023, Rishi Sunak, então primeiro-ministro, pediu desculpas pelo banimento de pessoas LGBT+ das Forças Armadas, reconhecendo isso como uma falha grave do governo britânico.
