19.5 C
Brasília
segunda-feira, 25/11/2024
--Publicidade--

Regras de simplificação do câmbio podem ajudar Brasil na OCDE

Brasília
nuvens quebradas
19.5 ° C
19.5 °
18.7 °
100 %
3.6kmh
75 %
seg
22 °
ter
24 °
qua
25 °
qui
25 °
sex
24 °

Em Brasília

Para entrar na Organização, o País precisa adotar medidas que contribuam para liberar o fluxo de capitais; a conversibilidade do câmbio seria uma delas

Campos Neto: presidente do Banco Central rechaçou a possibilidade de “dolarização” da economia brasileira (Getty/Getty Images)

São Paulo – As medidas para simplificar a regulamentação do câmbio no Brasil, citadas ontem pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, poderão facilitar o ingresso do País na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo avaliação do diretor de Regulação do BC, Otavio Ribeiro Dâmaso.

“Temos empresas grandes que precisam fazer inúmeras operações de câmbio e cada operação precisa seguir toda uma burocracia. Queremos revisitar esse ‘custo Brasil’ sem perder nenhum tipo de segurança nesse processo”, garantiu Damaso. “Além disso, há várias travas pequenas que impedem o envio de ordens de pagamento em reais para o exterior.”

Para entrar na OCDE, o País precisa adotar medidas que contribuam para liberar o fluxo de capitais, e a chamada conversibilidade do câmbio seria uma delas.

Hoje, apenas os setores de seguros, infraestrutura, óleo e gás, além de embaixadas, já têm regras simplificadas e podem abrir contas em dólar no País. “Será uma lei muito menor e mais simples, para dar maior segurança jurídica a essas operações.Vamos fazer gradualmente e com prudência”, acrescentou Damaso.

A conversibilidade de moeda funcionou bem em alguns países como Chile e Austrália, mas fracassou na Argentina. Questionado sobre o exemplo de insucesso, Campos Neto rechaçou a possibilidade de “dolarização” da economia brasileira. “Grande parte dos países teve volatilidade igual ou menor após a abertura para a conversibilidade do câmbio.”

Repercussão

Apesar de o projeto não ter sido detalhado, o mercado levantou alguns dos possíveis reflexos das mudanças nas regras.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, acredita que a medida beneficiaria, principalmente, empresas menores. “Companhias brasileiras podem ter uma conta com dólares no exterior desde 2006, mas o custo é alto”, explica. “Com uma conta em dólares aqui, a empresa pode fazer um fechamento de câmbio quando achar melhor.”

Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, avalia que as medidas podem ajudar na abertura econômica. “Embora a economia brasileira seja grande, a proporção de exportações e importações é pequena em relação a outros países.”

O professor da FGV EESP Marcio Holland diz que a mudança poderia “oxigenar” a economia. “Os depósitos dolarizados no mundo saíram de uma média de 10%, em 1980, para uma de 30% hoje. E no Brasil ainda é proibido”, afirma, destacando que a dolarização cambial, como ocorre no Panamá, é totalmente diferente e está fora de cogitação. “Isso não significa abrir mão da moeda doméstica.”

Fora do ambiente de negócios, a medida deve ter pouco impacto, podendo beneficiar quem viaja ao exterior, que não precisaria guardar moeda em papel, e facilitar quem depende de remessas ao exterior.

--Publicidade--

Veja Também

- Publicidade -