Mesmo com os recordes e a grande taxa de mortes, o país está resistente quanto o confinamento total para que não impacte a economia local
A Rússia registrou 652 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, um recorde desde o início da pandemia no país, provocada essencialmente pela variante Delta do vírus, muito mais contagiosa, informou o governo.
O pico anterior da doença havia acontecido no fim de dezembro, quando a Rússia sofreu a segunda onda de infecções.
São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, que receberá na sexta-feira (2/7) uma partida das quartas de final da Eurocopa (Suíça x Espanha), registrou 119 óbitos. Moscou, prin/cipal foco de contágios e mortes no país, contabilizou 121 mortes.
O país registrou 20.616 casos em apenas um dia, de acordo com o balanço oficial.
No total, a Rússia registra 134.545 mortes provocadas pelo coronavírus, segundo o governo, o balanço mais grave da Europa.
Mas a agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla das mortes relacionadas com a covid-19, contabilizava quase 270.000 óbitos no fim de abril.
A Rússia, e Moscou em particular, foi muito afetada nas últimas semanas pela variante Delta, motivo de preocupação em todo o mundo.
Os leitos dedicados aos pacientes de covid-19 nos hospitais de Moscou têm taxa de ocupação 75%, apenas duas semanas depois de um alerta das autoridades municipais.
Desde então, a cidade adotou as primeiras restrições em quase seis meses, mas assim como durante a onda de contágios no inverno (hemisfério norte) não cogitam um confinamento rígido para preservar a economia.
Em uma tentativa de conter a epidemia, Moscou voltou a determinar o teletrabalho para pelo menos 30% das pessoas não vacinadas, anunciou a obrigatoriedade da vacinação para os funcionários do setor de serviços e criou um certificado de saúde para autorizar a entrada nos restaurantes.
A campanha de imunização é lenta, em um cenário de desconfiança da população a respeito das vacinas russas e apesar dos apelos reiterados do presidente Vladimir Putin.