A isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil e a redução para quem recebe até R$ 7.350 a partir de janeiro de 2026 vai beneficiar cerca de 73,5% dos professores da educação básica, abrangendo educação infantil, ensino fundamental e médio, tanto na rede pública quanto privada. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o benefício será equivalente a receber um 14º salário ao longo de um ano.
Mais de 600 mil professores da educação básica não vão mais pagar imposto de renda. Isso porque a reforma tributária, prevista na Lei nº 15.270/2025, que foi aprovada recentemente, vai isentar mais da metade da categoria da tributação.
O estudo O imposto na ponta do giz: efeitos da reforma tributária sobre o IRPF de docentes da educação básica revela que a porcentagem de professores isentos de pagar Imposto de Renda aumentará de 19,7% para 51,6%, enquanto 21,9% terão redução na carga tributária, beneficiando assim quase três em cada quatro educadores.
O cálculo do impacto considerou dados de 2022 da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que registra todos os trabalhadores contratados formalmente ou em regime estatutário.
Efeito positivo para a economia local
Adriano Souza Senkevics, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, explica que o benefício acontece porque a tabela do imposto de renda estava desatualizada, especialmente no que se refere à progressividade fiscal, ou seja, o aumento do imposto conforme a renda.
Os professores são uma das maiores categorias do Brasil e estão distribuídos por todos os municípios, o que significa que a melhora na renda deles terá um impacto positivo em várias economias locais.
“Quanto mais dinheiro disponível os trabalhadores têm, mais consomem, o que gera mais arrecadação para o governo”, afirma Senkevics.
Mesmo com o Piso Nacional do Magistério fixado em R$ 4.867,77 para jornada de 40 horas semanais, os salários dos professores variam conforme o estado e município, conforme o plano de carreira de cada secretaria de educação.
Senkevics prevê que em alguns estados, como Minas Gerais, Tocantins e Roraima, o percentual de professores isentos pode saltar de 20% para 60%.
No Distrito Federal, onde os salários são mais altos, a proporção de professores que não pagarão imposto de renda vai aumentar de 10% para 25%. Essas informações foram divulgadas pela Agência Brasil.

