Por causa do aumento da recusa de entrada de brasileiros, o Itamaray criticou a proposta do governo de prorrogar a isenção de vistos para americanos
Até o final de 2016, a taxa de rejeição de vistos para os Estados Unidos deve superar os 15%, quase o triplo de 2015 (5,36%) e quíntuplo (3,2%) de 2014, reporta nesta terça-feira o jornal Folha de S. Paulo. O principal motivo para a maior rejeição de brasileiros é a crise econômica brasileira. Com a recessão e o desemprego alto, os EUA temem que um número maior de brasileiros possa tentar imigrar ilegalmente. A embaixada americana não quis comentar as informações obtidas pela reportagem da Folha.
Na União Europeia (UE), houve aumento de 41% no número de brasileiros barrados no segundo trimestre deste ano, 945. No mesmo período de 2015 foram 669 barrados, de acordo com dados da Frontex — agência europeia que cuida do controle das fronteiras do bloco.
Por causa do aumento da recusa de entrada de brasileiros na Europa e nos EUA, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) criticou a proposta do governo de prorrogar a isenção unilateral de vistos para turistas americanos, canadenses, japoneses e australianos, que vigorou de 1º de junho a 18 de setembro, por causa dos Jogos Olímpicos no Rio. Para o MRE, não há justificativa manter a isenção de vistos para americanos pois eles estão barrando cada vez mais brasileiros.
Outro motivo apontado internamente é econômico. Não houve aumento significativo no fluxo de turistas, e consequentemente de gastos no país, depois da isenção de vistos aos americanos. Há ainda no Itamaraty, segundo apuração da Folha, um temor relacionado ao provável endurecimento da política migratória no governo de Donald Trump. A tendência é que fique mais difícil para os brasileiros obterem visto de entrada nos EUA.