Um estudo recente do Banco de Compensações Internacionais (BIS) mostra que a valorização do real em relação ao dólar tem ajudado a diminuir a pressão do aumento da taxa Selic no Brasil. A moeda norte-americana tem enfraquecido devido a novas medidas do governo dos Estados Unidos, o que tem beneficiado as moedas de países na América Latina.
O BIS analisou um índice que avalia as condições financeiras em países como Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru entre janeiro e julho de 2025. Esse índice considera fatores como câmbio, juros e riscos para medir o custo e a disponibilidade de crédito para famílias, empresas e governos.
Os autores do estudo, incluindo os brasileiros Eduardo Amaral e Alexandre Tombini, junto com Rafael Guerra e Ilhyock Shim, destacam que a valorização das moedas locais diante do dólar ajuda a aliviar as condições financeiras na América Latina. Essa melhora pode impulsionar o crescimento econômico no curto prazo, especialmente em países onde as taxas de juros já começaram a cair, como Chile, México e Peru.
No Brasil, embora o aumento da Selic tenha apertado as condições financeiras no início do ano, os cortes nas taxas de juros de médio e longo prazo ajudaram a aliviar essa pressão.
Até o momento, o dólar caiu quase 14% em relação ao real este ano. Previsões indicam que a moeda americana estará cotada em R$ 5,48 no final de 2025, uma pequena queda em relação à estimativa anterior.
O estudo também compara diferentes métodos usados para medir as condições financeiras, mostrando que eles podem dar sinais diferentes ao mercado. Isso enfatiza a importância de usar várias ferramentas para entender melhor o impacto das políticas monetárias.
Os autores ressaltam que os índices de condições financeiras são essenciais para os bancos centrais ajustarem as taxas de juros de forma adequada, evitando choques econômicos desnecessários. No entanto, esses índices devem ser usados junto a outras métricas para uma análise mais completa.
Em resumo, o estudo do BIS destaca que a valorização do real ajuda a reduzir os efeitos dos aumentos da Selic, proporcionando uma condição financeira mais favorável para o Brasil e outros países da América Latina.
