A rejeição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu de 57% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43%, conforme pesquisa Genial/Quaest divulgada em 16 de julho. Um dos motivos para essa melhora foi o recente confronto do presidente Lula com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Felipe Nunes, diretor da Quaest e cientista político, explica que a pesquisa mostrou que 53% dos entrevistados apoiam a declaração de Lula de que o Brasil deve reagir com medidas equivalentes às tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Segundo ele, o aumento nas tarifas dos EUA para o Brasil uniu a esquerda, os apoiadores de Lula e os moderados, enquanto dividiu a direita e os defensores de Jair Bolsonaro. Isso teria aproximado o centro político do governo Lula.
A avaliação popular sobre o embate entre Lula e Trump indica que 72% dos participantes consideram que Trump errou ao impor tarifas ao Brasil, e 79% acreditam que essa medida vai prejudicar a população brasileira.
Para 53% dos entrevistados, Lula agiu corretamente ao retaliar com medidas equivalentes. Ao mesmo tempo, 72% acham que Trump está equivocado ao usar a alegação de perseguição judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro para justificar as tarifas, e 57% acreditam que ele não tem legitimidade para criticar o processo judicial envolvendo Bolsonaro.
Na questão de quem está mais correto nesse conflito, a maioria apoia Lula e o PT. Conforme Felipe Nunes, Lula e seu partido venceram a disputa de opinião pública contra Bolsonaro e seus aliados, pelo menos até o momento. A maior parte dos brasileiros avalia que Lula está se saindo melhor que Bolsonaro (44% contra 29%).
Economia em segundo plano
A pesquisa também indica uma ligeira melhora na percepção da situação econômica. A proporção de pessoas que acham que a economia piorou nos últimos 12 meses caiu de 48% para 46%, enquanto as que acreditam em melhora aumentaram de 18% para 21%.
Sobre preços, 76% dos entrevistados afirmaram que os alimentos tiveram alta no último mês, número um pouco menor que os 79% anteriores. Para gasolina, a percepção de aumento passou de 54% para 56%, e para contas de água e luz subiu de 60% para 62%.
Felipe Nunes destaca que a economia tem um papel menor na melhora popular do governo. Apesar de a economia ainda ser vista como em deterioração, a queda no número de pessoas que percebem piora é pequena e sem impacto significativo. O que contribui para essa pequena melhora é a redução no percentual de pessoas que notaram alta nos preços dos alimentos, acompanhando a tendência de diminuição da inflação oficial de alimentos nos últimos meses.