Depois de quase 30 anos de conflitos, a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda firmaram um acordo de paz que também inclui acordos econômicos. A cerimônia ocorreu nesta quinta-feira (4/12), nos Estados Unidos.
Na Casa Branca, o presidente da RDC, Felix Tshisekedi, e seu colega de Ruanda, Paul Kagame, foram recebidos pelo então presidente Donald Trump. O acordo, que foi mediado pelos Estados Unidos e pelo Catar, já havia sido divulgado em junho deste ano.
Ainda não se sabe se esse pacto será suficiente para terminar o conflito que persiste há décadas e envolve também o grupo rebelde congolês M-23, que em novembro deste ano assinou um tratado inicial para definir princípios para a paz na República Democrática do Congo.
Os termos do acordo firmado nos EUA incluem o retorno das famílias que foram deslocadas pela guerra, o respeito à integridade territorial dos dois países, o fim dos confrontos, a soltura de prisioneiros e o acesso a ajuda humanitária.
Conflito prolongado
Desde os anos 1990, essas duas nações africanas enfrentam um conflito marcado por disputas territoriais e tensões étnicas que têm raízes no genocídio de Ruanda em 1994.
Após o massacre de tutsis em Ruanda, membros da etnia hutu — responsáveis por esses atos — fugiram para a RDC para escapar da retaliação do governo recém-estabelecido liderado por Paul Kagame, que pertence ao mesmo grupo étnico alvo dos assassinatos em massa.
Foi nesse cenário que surgiu o grupo M-23, criado em 2012. Essa organização se apresenta como protetora da minoria tutsi na República Democrática do Congo. Apesar disso, o governo de Ruanda é acusado de apoiar financeiramente o grupo rebelde e de enviar soldados para o país vizinho para lutarem ao lado do M-23, o que o governo ruandês nega.

