Felipe Augusto Milanez, de 23 anos, foi agredido na saída de uma festa em Brazlândia. Três menores de idade, incluindo adolescente de 15 anos, foram apreendidos.

O esfaqueamento de um jovem de 23 anos na saída de uma festa em Brazlândia, no Distrito Federal, é investigado pela Polícia Civil como “racismo homotransfóbico” – motivado por preconceito racial e de orientação sexual.
O crime ocorreu no dia 7 de outubro, quando o estudante de odontologia Felipe Augusto Milanez levou 17 golpes de faca pelo corpo e foi xingado por um grupo de, pelo menos, dez pessoas.
Segundo o delegado à frente das investigações, Anderson Cavichioli, o caso será encaminhado à Justiça como tentativa de homicídio duplamente qualificado, “tanto pelo motivo torpe, em razão do racismo homotransfóbico, quanto pela impossibilidade absoluta de defesa da vítima.”
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Um dos suspeitos preso na última sexta-feira (8), de 19 anos, negou que as agressões tenham sido motivadas por ódio à orientação sexual da vítima.
“Ele negou homofobia, embora tenha descrito que, durante as agressões, as pessoas chamavam a vítima de ‘viado’, fazendo referência ofensiva e pejorativa à orientação sexual”, disse Cavichioli.
Menores envolvidos
De acordo com o delegado, o responsável por começar as agressões ao estudante tem 15 anos. Ele e outros três menores de idade foram identificados e ficarão sob a responsabilidade da Delegacia da Criança e do Adolescente.
Cavichioli acredita que o grupo que agrediu Felipe Augusto Milanez faz parte de “uma gangue” de Brazlândia. Segundo ele, os maiores de idade envolvidos no crime podem pegar até 30 anos de prisão.
O crime
O crime ocorreu por volta das 2h de uma segunda-feira. Felipe afirma que saia de uma festa com dois amigos e estava abraçado com um deles quando começou a ser agredido verbalmente. Segundo ele, próximo à Rua do Lago, três suspeitos apareceram e começaram a xingá-lo.
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Felipe diz que virou as costas para deixar o local, mas levou uma facada na cabeça. O jovem, então, reagiu com um soco no agressor. Foi quando um grupo de cerca de dez pessoas começou a atacá-lo.
Além da cabeça, o estudante levou facadas no ombro, peito, costas e joelho. Ele teve perfurações nos pulmões, rompeu o ligamento do joelho e passou a ter dificuldades para andar.
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Durante as agressões, um amigo tentou ajudá-lo e também foi agredido. Já sangrando e sem forças, Felipe entrou em um carro estacionado, mas um dos agressores conseguiu invadir o veículo e continuou o ataque.
