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quarta-feira, 10/09/2025

Química e Sexo: Entenda a Relação e os Riscos

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Fazer sexo sob o efeito de substâncias químicas não é algo novo, mas tem aumentado a preocupação entre especialistas em saúde. Esse comportamento é conhecido como chemsex, termo que deriva da expressão em inglês chemical sex, que significa sexo associado ao consumo de drogas psicoativas.

Normalmente, a prática envolve o uso de álcool, cannabis, ketamina (“key”), ecstasy (“bala”), LSD (“doce”), metanfetamina (“cristal” ou “tina”), GHB (“boa noite Cinderela”) e poppers (nitrito de alquila). Estas substâncias agem no cérebro, potencializando sensações de prazer, relaxamento e desinibição.

O acesso facilitado a parceiros, por meio de aplicativos na internet, contribui para a disseminação do chemsex. Marina Del Rei, psicóloga e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), explica que a combinação da droga com novas tecnologias e doenças faz com que esse comportamento seja diferente de antigos hábitos similares.

Embora ainda haja falta de estudos aprofundados, pesquisas recentes trazem dados importantes. Uma revisão publicada em Healthcare indica que cerca de 12,66% da população global pratica chemsex, independentemente de gênero ou orientação sexual. No Brasil, uma pesquisa de 2024 aponta que 19,42% dos homens homoafetivos já tiveram experiências com sexo químico.

O Ministério da Saúde já destacava essa prática em 2007, mencionando que o álcool é a substância mais usada, seguida por drogas recreativas como ecstasy e crack, especialmente em contextos sexuais marcados pela desinibição e ausência de preservativo.

O interesse científico pelo tema cresceu a partir de 2019, motivado pelo aumento do uso de aplicativos de encontros e pelo isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, além dos riscos envolvidos. Segundo Marina Del Rei, a prática pode desencadear problemas psicológicos sérios, aumentar a exposição a doenças sexualmente transmissíveis e, sem cuidados, levar à dependência química.

Motivações e Perigos

Diversos fatores levam as pessoas ao chemsex. A ação das drogas, como a sensação ampliada do tempo provocada pela cannabis, ou a excitação e relaxamento muscular causados pelo poppers, são alguns motivos. Existem também fatores sociais, como enfrentamento de traumas e busca por experiências intensas, especialmente entre pessoas LGBT+ que vivem com discriminação.

Os efeitos colaterais podem ser graves, incluindo sintomas de ansiedade, paranoia e até crises psicóticas, além de riscos físicos como AVC, problemas cardíacos e hepáticos. A falta de controle sobre a qualidade das drogas aumenta a chance de overdose e reações adversas inesperadas.

A vulnerabilidade a práticas sexuais sem proteção eleva o risco de infecções como HIV, herpes e outras doenças. Quando o uso se torna frequente, os sintomas de abstinência podem provocar desequilíbrios cerebrais que dificultam a satisfação com outras atividades, aumentando o risco de dependência.

Redução de Danos: Uma Estratégia Necessária

O conceito de redução de danos reconhece que a abstinência completa nem sempre é possível, mas que é fundamental minimizar riscos. Isso inclui informar sobre os efeitos das drogas, doses seguras, combinações perigosas e como agir em emergências.

Procurar ajuda profissional é essencial para orientação e tratamento. Serviços como os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) são recursos importantes. Marina Del Rei orienta a atenção aos limites pessoais e reflexão, preferencialmente com apoio profissional, para um uso mais consciente.

Fonte: Agência Einstein

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