Os Democratas de Nova York escolhem nesta terça-feira (24) seu representante para a prefeitura da maior cidade dos Estados Unidos. O eleito terá o desafio de confrontar o presidente republicano Donald Trump e suas políticas anti-imigração, além de buscar soluções para o alto custo de vida local.
Doze candidatos estão na disputa, mas as pesquisas indicam uma disputa acirrada entre o ex-governador do estado, Andrew Cuomo, que renunciou em 2021 após acusações de agressão e assédio sexual, e Zohran Mamdani, uma nova promessa da ala progressista.
O vencedor das primárias democratas será o favorito para as eleições na prefeitura, previstas para novembro. O atual prefeito, Eric Adams, também vai concorrer como independente, após se aproximar de Trump para interromper investigações de corrupção contra ele, segundo críticos.
Com 67 anos e vasta experiência política, Cuomo retorna tentando liderar uma cidade em crise, apesar das controvérsias que o levaram a renunciar ao governo. Já Mamdani, um jovem de 33 anos nascido em Uganda e de origem indiana, representa a ala socialista do partido, apoiado por figuras como Bernie Sanders e Alexandria Ocasio-Cortez.
Mamdani é atualmente membro da Assembleia de Nova York pelo distrito do Queens, se declarando progressista e muçulmano. Ele conquistou muitos jovens voluntários com promessas para reduzir o custo de vida, como transporte gratuito, creches e congelamento dos aluguéis regulados, onde uma unidade de três quartos em Manhattan pode ultrapassar 6.000 dólares mensais.
Apesar do apoio jovem, algumas pessoas consideram as propostas de Mamdani extremistas. Sheryl Stein, publicitária, afirmou que prefere a experiência de Cuomo, temendo que uma pessoa jovem e inexperiente governe uma cidade tão grande.
Nova York, com mais de 8,5 milhões de habitantes, tem uma grande concentração de milionários, mas quase um quarto da população vive na pobreza, segundo um relatório recente.
Andreas, um diretor de operações de 33 anos, defende Mamdani por suas políticas de congelamento de aluguéis, especialmente para aqueles que cresceram na cidade e não conseguem mais arcar com as despesas. Ele critica os escândalos de Cuomo como motivo para não o escolher como representante.
A campanha acontece em meio a cortes orçamentários e ações rigorosas contra imigração do governo Trump. O atual controlador da cidade, Brad Lander, foi detido recentemente pela polícia de imigração ao tentar defender migrantes.
Com apoio de ex-líderes como Bill Clinton e Michael Bloomberg, Cuomo aposta em sua experiência para liderar a cidade e enfrentar o republicano na eleição.
A votação, aberta a eleitores democratas, pode ser impactada pela onda de calor que atinge Nova York. Até agora, mais de 380.000 votantes já escolheram antecipadamente seus candidatos.