Após o governo brasileiro não conceder o agrément para o envio de um novo embaixador de Israel, a embaixada israelense em Brasília está sob nova liderança. Or Shaul Keren, porta-voz da embaixada, assume provisoriamente o comando da missão diplomática.
Tensão entre Brasil e Israel
Desde a posse de Lula como presidente, as relações entre Brasil e Israel têm enfrentado dificuldades. De um lado, Israel acusa o governo brasileiro de adotar posturas favoráveis ao Hamas. De outro, Lula tem criticado as ações israelenses na Faixa de Gaza, onde já faleceram mais de 50 mil pessoas.
O ponto máximo do conflito ocorreu em fevereiro de 2024, quando Lula comparou as operações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto contra judeus na Segunda Guerra Mundial. Após a repercussão negativa, o presidente brasileiro foi declarado “persona non grata” em Israel. Em resposta, Lula retirou o embaixador brasileiro de Tel Aviv, enfraquecendo a relação diplomática entre os dois países.
Em 2024, o Brasil também ingressou com uma ação judicial na Corte Internacional de Justiça (CIJ) acusando Israel de genocídio.
Or Shaul Keren, que desempenha o cargo de primeiro-secretário na área de diplomacia pública israelense, está no Brasil desde 2023. Antes de sua atual função, ele trabalhou no Ministério do Interior de Israel.
A expectativa é de que Israel envie um novo encarregado de negócios para o Brasil, porém, fontes diplomáticas israelenses indicam que ainda não há previsão para essa nomeação.
Em 26 de agosto, o Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou a retirada da solicitação de aprovação do embaixador Gali Dagan, indicado para substituir Daniel Zonshine, que se aposentou no início do mês. O governo brasileiro havia ignorado a aprovação formal desse diplomata desde janeiro, o que levou Israel a desistir de enviá-lo.