O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou a tarifa extra de 40% sobre vários produtos do Brasil, após avanços nas negociações entre os países. Isso beneficia os setores que exportam para os EUA.
Em julho, Trump havia imposto uma tarifa adicional de 40%, somada a outra global de 10%, totalizando 50%, com algumas exceções, como suco de laranja e produtos de aviação.
Na semana passada, ele já havia removido a tarifa de 10% sobre produtos como carne bovina, banana, café e tomate, para ajudar a reduzir o custo de vida nos EUA.
Agora, a sobretaxa de 40% foi eliminada para muitos desses produtos, como carne e café, zerando essa taxação.
Confira abaixo os principais setores que foram beneficiados e os que continuam tarifados:
Café
O café brasileiro, muito prejudicado pelo tarifaço inicial, teve a sobretaxa retirada. Cerca de 16% da produção de café vai para os Estados Unidos, onde as vendas caíram por causa das tarifas.
O Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) comemorou a decisão, pois a tarifa adicional anterior dificultava a competição com outros países.
Marcos Matos, CEO do Cecafé, afirmou que a retirada da sobretaxa é uma vitória importante para recuperar espaço no mercado americano.
Exportadores brasileiros trabalharam em conjunto com a Associação Nacional do Café dos EUA (NCA) para conseguir a isenção, beneficiando cerca de 34% das importações americanas de café.
Agora, o setor busca reconquistar os espaços perdidos e evitar que concorrentes firmem relações comerciais de longo prazo com importadores dos EUA.
Carne
A carne bovina, item importante nas exportações brasileiras, também teve as tarifas extras zeradas.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) ressaltou que essa medida mostra que o diálogo entre os governos funcionou, garantindo estabilidade e condições justas para o comércio.
A Abiec continuará trabalhando para ampliar oportunidades e fortalecer a presença do Brasil nos principais mercados globais.
Frutas e outros produtos
Também foram beneficiados produtos como frutas (abacate, goiaba, manga, banana, açaí e cacau), nozes, água de coco, especiarias, vegetais, raízes e tubérculos.
Pedro Lupion, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, destacou que a retirada inclui ainda tarifas sobre petróleo e carvão brasileiros.
Setores que continuam tarifados
Nem todos os produtos brasileiros tiveram alívio nas tarifas. Produtos como café solúvel, conforme o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, ficaram de fora dessa redução.
O setor de pescados também não foi beneficiado, causando frustração na Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), que esperava prioridade do governo brasileiro.
Outros produtos não contemplados incluem mel, máquinas, e calçados.
Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, declarou que ainda será feita uma análise detalhada sobre quais produtos ficaram de fora, mas que o momento é de celebração.
Estes ajustes tarifários refletem negociações complexas e o esforço de vários setores para manter o mercado americano acessível aos produtos brasileiros.

