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quarta-feira, 13/08/2025

Quem era o gerente de hotel de luxo que maltratava funcionários no Distrito Federal

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Em Brasília

Alfredo Stefani Neto, ex-gerente-geral do B Hotel, tem 64 anos e foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) devido a múltiplas denúncias de humilhação e discriminação contra colaboradores do estabelecimento de luxo. Os episódios aconteceram entre 2022 e início de 2025.

Natural de São Paulo, Alfredo possui mais de 30 anos no ramo da hotelaria, tendo trabalhado em variados locais nacionais e estrangeiros.

Ele é formado em design industrial pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e em direito pela Faculdade de Direito Milton Campos, além de possuir especializações em hospitalidade.

Alfredo teve passagem por diversas áreas do setor, incluindo resorts, hotéis corporativos e pousadas de alto padrão.

O profissional ficou à frente da gerência do B Hotel desde junho de 2022 até janeiro do ano seguinte, quando foi afastado, e desligado oficialmente em abril.

Situado no Setor Hoteleiro Norte, o B Hotel é um dos principais hotéis da capital federal, recebendo até mesmo delegações esportivas de relevância.

Comportamento discriminatório

Com a denúncia aceita pela Justiça, Alfredo responde por atos discriminatórios motivados por preconceito racial, regional, orientações sexuais e identidade de gênero, afetando pelo menos nove pessoas.

A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual (Decrin) finalizou a apuração e encaminhou o caso ao MPDFT.

Nas investigações, Alfredo teria usado expressões como “nordestina burra”, “vai comer cuscuz” e “terrinha seca” para ofender pessoas do Nordeste. Também teria se referido depreciativamente a uma hóspede transexual, chamando-a de “isso é uma coisa” e “não quero isso aqui”.

Em outra ocasião, ofendeu um funcionário usando o termo “bichona” e menosprezou o público LGBTQIA+ que participava de evento próximo ao hotel, usando expressões pejorativas.

Além disso, teria feito críticas depreciativas sobre a aparência física dos empregados, criando um ambiente de trabalho hostil e humilhante, segundo relatos das vítimas e testemunhas.

O MPDFT solicita indenização mínima de R$ 5 mil às vítimas a título de reparação pelos danos causados pela homotransfobia e racismo, conforme previsto no Código de Processo Penal.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal já aceitou a denúncia e deve encaminhar o caso para julgamento. Caso seja condenado, Alfredo pode cumprir pena de pelo menos 10 anos de reclusão.

Até o momento, o B Hotel não se manifestou sobre o caso. A defesa do ex-gerente também não foi localizada, mas o espaço permanece aberto para resposta.

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