ALEXA SALOMÃO NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
Após a operação Carbono Oculto, que intensificou a luta contra crimes no setor de combustíveis em agosto, Ricardo Magro afirmou à Folha de S.Paulo que atua legalmente.
Seus negócios, como a Refit, antiga refinaria em Manguinhos, Rio de Janeiro, foram mencionados na operação, mas não foram diretamente investigados. Magro disse que não sonega impostos, apenas discute valores com o governo.
Três meses depois, em 27 de novembro, o grupo Refit foi alvo de uma grande operação contra sonegação. Foram 190 alvos ligados a Magro.
As autoridades não encontraram evidências de participação do grupo em organizações criminosas, mas informaram que as empresas devem R$ 26 bilhões ao governo, tornando-as os maiores devedores do país.
Em resposta, a Refit afirmou que os débitos são contestados judicialmente, como muitas outras empresas brasileiras, negando qualquer fraude ou ocultação.
Mesmo com dificuldades financeiras, a empresa cresceu e chegou a 30% do mercado de combustíveis do Rio e 5% em São Paulo.
A Receita Federal busca alcançar Magro e seus negócios até fora do país, pois ele reside em Miami desde 2016.
Na vida pessoal, Magro segue tradições africanas, praticou capoeira e atua como DJ de afro house sob o nome Orgam, uma brincadeira com seu próprio nome.
Ele adora esportes e cultura; por isso, a Refit já apoiou escola de samba e eventos como UFC e NFL no Brasil.
Nos Estados Unidos, vive em alto padrão, com imóveis valorizados em milhões de dólares, como mostra seu processo de separação obtido pela Folha.
Ele nasceu e cresceu em São Paulo, onde sua família tinha negócios em postos de combustível. Após dificuldades, mudou-se para o Rio, onde comprou a refinaria de Manguinhos em 2008, por R$ 7 milhões, enfrentando várias controvérsias.
Em 2012, o governo estadual tentou desapropriar essa refinaria por atrasos de impostos e sonegação.
Politicamente, Magro já foi associado à esquerda, mas hoje tem ligações com políticos de direita, especialmente do PL no Rio, embora negue conhecer a família Bolsonaro.
Ele destaca amizades com deputados do PL e apoio ao governador Cláudio Castro, além de um acordo para parcelar dívidas com o estado.
Ricardo Magro também é amigo do senador Ciro Nogueira, líder do Progressistas, mas nega que o político tenha favorecido seus interesses.
O projeto de lei que cria regras para devedores contumazes teve avanços e retrocessos recentes, relevantes para o caso.
