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sábado, 27/12/2025

Quem é Filipe Martins com prisão domiciliar decretada por Moraes

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Filipe Martins foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 21 anos de prisão devido à sua participação em um esquema golpista. Neste sábado (27/12), o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão domiciliar. Martins atuou como assessor especial da Presidência da República durante o governo Bolsonaro.

Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro César Cid afirmou que Filipe Martins, então assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, teria sido responsável por apresentar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) um esboço do decreto golpista em 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além disso, Martins foi acusado de exibir símbolos nazistas e repetiu, em 2021, durante uma sessão no Senado Federal, o gesto conhecido como supremacia branca (“white power”). Naquela ocasião, ele foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF), mas acabou absolvido pelo juiz da 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, Marcus Vinicius Reis Bastos.

Segundo informações disponíveis em suas redes sociais, Martins é graduado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UNB) desde 2015 e domina seis idiomas: africano, espanhol, francês, inglês, português brasileiro e latim. Em seu perfil no LinkedIn, ele se descrevia como “professor de Política Internacional, analista político e Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais”.

Em sua trajetória profissional, ocupou o cargo de assessor econômico na Embaixada dos Estados Unidos entre 2014 e 2016, desempenhando funções como elaboração de pesquisas, estudos e relatórios sobre a conjuntura política e econômica do Brasil, com destaque para as relações bilaterais com os EUA.

Filipe Martins também atuou como Coordenador-Adjunto do Grupo de Trabalho de Relações Exteriores do Governo de Transição entre 2018 e 2019 e foi Secretário de Assuntos Internacionais no Partido Social Liberal (PSL) de 2018 a 2020. Além disso, é professor de Política Internacional e Segurança na Estratégia Concursos.

Participação no núcleo 2 da trama golpista

Filipe Martins foi condenado pela Primeira Turma do STF por ser um dos integrantes do núcleo 2 do esquema golpista. Esse grupo era responsável pela concepção do esboço do golpe, o monitoramento das ações e uma iniciativa para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Também havia articulações dentro da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o voto de eleitores da Região Nordeste nas eleições de 2022.

Outros condenados no núcleo 2 incluem:

  • Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, com 24 anos e 6 meses de prisão;
  • Mário Fernandes, general da reserva do Exército, com 26 anos e 6 meses de reclusão;
  • Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro, com 21 anos de reclusão;
  • Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, com 8 anos e 6 meses de prisão.

Por sua vez, o delegado da Polícia Federal e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça, Fernando de Sousa Oliveira, foi inocentado devido à ausência de evidências suficientes para sua condenação.

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