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terça-feira, 19/08/2025

Queimadas no Cerrado são quase o dobro das da Amazônia em 2025

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Em 2025, o Cerrado apresenta quase duas vezes mais focos de queimadas do que a Amazônia. De 1º de janeiro até o domingo, 17 de agosto, foram registrados 17.326 focos de calor no Cerrado, enquanto a Amazônia contabilizou 9.184.

Essa diferença é significativa pois a Amazônia tem quase o dobro da extensão territorial do Cerrado. Os dados são fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram analisados pela equipe do Metrópoles.

Destaques principais

  • Área da Amazônia: 4.196.943 km²; Área do Cerrado: 2.036.448 km².
  • Amazônia tem menos queimadas acumuladas que o Cerrado até agora.
  • Em todo o Brasil, as queimadas caíram 58%, com o Pantanal apresentando a maior redução de focos de fogo.
  • Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, manifestou preocupação com o aumento do uso do fogo, que está se tornando um fator principal no desmatamento.

Até o momento, ambos os biomas têm registrado queda nas queimadas comparado ao mesmo período de 2024: 77% de redução na Amazônia e 34% no Cerrado. O país como um todo obteve uma diminuição de 58%, sendo que o Pantanal destaca-se com 98% menos focos de incêndio.

O período de maior risco para queimadas abrange os meses de agosto, setembro e outubro, que representam cerca de 70% dos focos anuais de calor na Amazônia e Cerrado.

A coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, explica que as queimadas nesses biomas estão relacionadas às condições das chuvas e à menor fiscalização federal.

“Após um ano crítico, as pessoas tendem a ter mais cuidado com o uso do fogo,” comenta Ane Alencar.

Sobre o futuro, a especialista ressalta a influência dos fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, que afetam a temperatura do Oceano Pacífico Equatorial e as chuvas na região.

“Atualmente, esses fenômenos estão em estado neutro e é incerto se ocorrerá outro El Niño nas próximas semanas,” explica Ane.

O El Niño tende a diminuir as chuvas na Amazônia, elevando o risco dos incêndios, enquanto a La Niña provoca o efeito contrário.

Aumento da preocupação com o fogo

O uso do fogo virou uma fonte séria de preocupação para ambientalistas e autoridades. Na última quinta-feira, 14 de agosto, a ministra Marina Silva declarou que as queimadas estão causando mais prejuízos à vegetação do que o corte direto das florestas.

“Nunca antes na história do Brasil o desmatamento por meio de queimadas superou o desmatamento por corte raso. Isso mostra que as mudanças climáticas já estão impactando intensamente o meio ambiente, reduzindo a umidade das florestas e ampliando os incêndios a níveis críticos que lembram outras regiões do planeta,” explicou a ministra.

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