A última edição do Índice de Conservadorismo Brasileiro, conduzida pelo Ipsos-Ipec, registrou uma leve diminuição no conservadorismo da população frente a temas polêmicos, alcançando o índice de 0,652 em uma escala que varia de 0 a 1. A pesquisa analisou tópicos como a autorização do aborto, aplicação da pena de morte, redução da maioridade penal, casamento entre pessoas do mesmo sexo e prisão perpétua para crimes graves.
Em 2025, 49% dos brasileiros se classificam com grau “alto” de conservadorismo, enquanto 44% encontram-se no grau “médio” e 8% no “baixo”, conforme o levantamento. Este resultado indica uma pequena retração em comparação a 2023, quando o índice foi de 0,665, mas ainda permanece acima dos níveis mais liberais observados em 2021 (0,639) e 2022 (0,637).
Segundo o estudo, a retração no conservadorismo é mais evidenciada entre mulheres, idosos acima de 60 anos, pessoas com menor nível educacional, famílias de baixa renda e moradores das regiões Norte e Centro-Oeste.
Por outro lado, houve um aumento no conservadorismo entre os homens, que viram o índice subir para 0,681 em 2025, assim como entre residentes das capitais, indivíduos com renda familiar superior a cinco salários mínimos e a população com ensino superior.
A seguir, a opinião da população em 2025 sobre os temas analisados:
- Prisão perpétua para crimes graves: 72% a favor.
- Redução da maioridade penal: 65% a favor.
- Pena de morte: 43% a favor.
- Casamento entre pessoas do mesmo sexo: 36% a favor.
- Legalização do aborto: 16% a favor.
O estudo ressalta que a queda no apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo é a mudança mais marcante, caindo de um patamar estável de 44% para 36% em 2025.
De forma distinta de 2023, neste ano o percentual de brasileiros contrários à pena de morte (49%) supera o dos que apoiam (43%). Por sua vez, a aprovação para a legalização do aborto segue baixa, com 75% da população contrária, índice que se mantém estável ao longo dos últimos anos.