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sábado, 04/10/2025

Queda na venda de bebidas alcoólicas após casos de intoxicação por metanol

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JOANA CUNHA E DIEGO FELIX
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

As vendas de bebidas alcoólicas começaram a cair, reflexo dos relatos sobre intoxicação por metanol que tiveram início recentemente.

Fabricantes e lojistas estão cautelosos e evitam comentar sobre impactos nas vendas, mas empresas especializadas em análise de mercado já notam uma diminuição.

Na semana passada, observou-se uma queda nas vendas de bebidas alcoólicas, de acordo com dados da Varejo 360, que acompanha tendências de consumo.

Nesta semana, que foi a 39ª do ano, as vendas caíram mais de 35% na quinta-feira em comparação ao mesmo dia de 2024, com reduções de cerca de 25% na sexta e sábado.

A análise considera notas fiscais de vendas no estado de São Paulo, abrangendo desde pequenas lojas até grandes supermercados, porém não inclui bares e restaurantes.

A vodca foi o tipo de bebida mais afetada, com quedas de 45% na sexta-feira e 43% no sábado.

Fernando Faro, diretor da Varejo 360, destaca que outros fatores, como o clima frio, também podem influenciar o consumo, especialmente de cerveja.

O aumento da mídia e das redes sociais sobre os casos de intoxicação ocorreu na semana passada, após o Ministério da Justiça e Segurança Pública informar sobre os incidentes no estado de São Paulo.

A próxima atualização dos dados, que será divulgada em breve, deverá mostrar mais sobre os efeitos dessa situação. Segundo Faro, pequenos mercados tendem a ser mais afetados do que grandes redes, que monitoram melhor a origem dos produtos.

“Se esse comportamento dos consumidores vai continuar, ainda não sabemos. Mas acredito que as pessoas não vão deixar de consumir. Faltam informações sobre onde ocorreram os casos e quais produtos estavam envolvidos. Conforme surgirem mais dados, as pessoas buscarão alternativas”, explica.

Dados de bares e restaurantes ainda não foram divulgados, conforme a Abrasel, associação que reúne mais de 26 mil estabelecimentos.

“A situação está quase normal. Em algumas regiões de São Paulo o impacto foi maior, mas o medo está diminuindo”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel. No Rio de Janeiro, locais mais nobres indicaram queda de 15% a 20% nas vendas.

Grandes redes varejistas e entidades do setor como Abras, Apas e Grupo Pão de Açúcar não comentaram o assunto.

Em nota, Atacadão e Carrefour informaram que as vendas de bebidas destiladas permanecem estáveis, sem aumento ou queda, considerando médias diárias de setembro e dos primeiros dias de outubro.

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