A porcentagem de residências que já foram completamente pagas no Brasil tem diminuído nos últimos anos. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada na sexta-feira (22/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024, 61,6% das moradias estavam totalmente quitadas, comparado a 66,8% em 2016.
As casas que ainda estavam sendo financiadas também tiveram uma leve redução, passando de 6,2% para 6% do total no mesmo período.
Em contraste, o número de imóveis alugados teve um aumento significativo, crescendo de 12,3 milhões em 2016 para 17,8 milhões em 2023 — um crescimento de 45,4% em sete anos, equivalente a 5,6 milhões a mais. Aproximadamente 46,2% desse aumento (2,6 milhões) ocorreu entre 2022 e 2024, indicando uma maior busca por locação no país.
Em 2024, os imóveis alugados corresponderam a 23% do total. Outros 9,1% (7 milhões) eram cedidos e 0,2% (152 mil) estavam sob outras condições, como ocupação.
Predominância de casas, mas crescimento de apartamentos
Na divisão por tipo de imóvel, as casas permanecem majoritárias no país, representando 84,5% dos domicílios permanentes em 2024, o que equivale a 65,3 milhões de unidades. Os apartamentos totalizaram 15,3% (11,8 milhões) e habitações em casas de cômodos ou cortiços, conhecidas popularmente como “cabeça de porco”, constituíram uma proporção menor.
Apesar da prevalência das casas, o número de apartamentos cresceu de forma mais rápida, com um aumento de 29,8% entre 2016 e 2024, em comparação com 13,8% para as casas. Essa tendência contribuiu para a redução da participação relativa das casas e para o crescimento da presença dos apartamentos na composição habitacional brasileira.
Total de domicílios e distribuição regional
Em 2024, o Brasil possuía 77,3 milhões de domicílios permanentes, um aumento de 1,7% em relação a 2023 e um crescimento de 15,9% desde 2016. A maior concentração está no Sudeste, que detém 33,3 milhões de domicílios (43,1%). O Nordeste corresponde a 26,3% (20,3 milhões), o Sul a 15,1% (11,7 milhões), o Centro-Oeste a 8% (6,2 milhões) e o Norte a 7,6% (5,9 milhões).
Diversidade regional
Apesar da redução, as regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores taxas de imóveis quitados em 2024: 70% e 69,6%, respectivamente, enquanto em 2016 estavam em 74,2% e 73,1%. Em contraste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste lideram o número de domicílios alugados, representando 25,4%, 23% e 30,8% do total em suas regiões. Além disso, o Centro-Oeste apresenta alto percentual de imóveis cedidos, que chegam a 10,7% da região.