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quarta-feira, 20/08/2025

Queda na percepção do aumento dos preços da comida entre brasileiros

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A porcentagem de brasileiros que notam um aumento nos preços dos alimentos diminuiu bastante entre julho e agosto deste ano, embora ainda seja elevada, conforme pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20).

Em agosto, 60% dos entrevistados indicaram que os preços dos alimentos subiram nos últimos 30 dias, um índice que era de 76% em julho e chegou a 88% em março.

Foram feitas 12.150 entrevistas presenciais entre 13 e 17 de agosto, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Para o CEO da Quaest, Felipe Nunes, essa percepção de queda na inflação dos alimentos ajuda a explicar a melhora na aprovação do governo Lula durante esse período. A aprovação do presidente subiu de 43% para 46% entre julho e agosto, ao passo que a desaprovação caiu de 53% para 51%.

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho, levemente superior aos 0,24% registrados em junho, mas ainda abaixo das previsões do mercado.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços de alimentos e bebidas caíram 0,27% em julho, contra uma queda de 0,18% em junho. Um destaque foi a queda no preço do café moído (-1,01%), que registrou sua primeira redução após 18 meses consecutivos de aumento.

Com essas diminuições, a percepção do poder de compra do brasileiro também melhorou. Em agosto, 70% dos entrevistados disseram que conseguem comprar menos produtos com o salário recebido, contra 80% em julho. Já 16% afirmaram que conseguem comprar mais, um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

A pesquisa também revelou que 40% dos entrevistados acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses, enquanto outros 40% acham que vai piorar.

Outro ponto citado por Felipe Nunes foi o impacto do aumento das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, que desde 1º de agosto enfrentam sobretaxas de 50%.

Quase metade dos entrevistados (48%) avalia que o presidente Lula e o PT estão agindo corretamente na disputa comercial, um aumento em relação aos 44% de julho. Já 28% apoiam Bolsonaro e seus aliados, com 15% achando que nenhum dos lados age corretamente e 9% não souberam ou quiseram responder.

Além disso, 49% acreditam que Lula está defendendo o Brasil, contra 41% que acham que ele busca autopromoção.

Quanto à negociação das tarifas, 48% creem que o presidente brasileiro conseguirá um acordo para reduzir as sobretaxas, sendo que esse índice varia de 73% entre os apoiadores de Lula a 21% entre os bolsonaristas. Por outro lado, 45% dizem que o presidente não será capaz de chegar a um acordo com os EUA.

Segundo Felipe Nunes, a menor pressão inflacionária aliada à imagem de um presidente que responde a desafios externos contribui para o aumento de sua aprovação atualmente.

Até agora, Lula e Trump não tiveram conversas diretas sobre o tema; as negociações estão a cargo principalmente do vice-presidente, Geraldo Alckmin. Recentemente, um encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelado, tendo Bessent se reunido com o deputado federal Eduardo Bolsonaro no mesmo dia.

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