Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira (10), atingindo a menor cotação em cinco meses, motivados pelo cessar-fogo na faixa de Gaza e pela renovação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
O valor do barril West Texas Intermediate (WTI), para entrega em novembro, reduziu-se em 4,24%, ficando em 58,90 dólares, o menor patamar desde abril.
De forma semelhante, o barril Brent do Mar do Norte para dezembro recuou 3,82%, situando-se em 62,73 dólares.
A queda inicial nos preços ocorreu após a confirmação do cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza, o que diminui os riscos geopolíticos e os temores quanto a possíveis interrupções no fornecimento, segundo especialistas.
Lukman Otunuga, analista da FXTM, comentou que esse acordo reduz o risco na região e tranquiliza os mercados.
Embora Israel não seja um grande produtor de petróleo, a possibilidade de expansão do conflito na região, como aconteceu em junho durante a breve guerra entre Irã e Israel, havia pressionado os preços para cima.
Mais tarde, a queda nos preços se intensificou após uma postagem do presidente norte-americano Donald Trump nas redes sociais, onde ele afirmou que a China está se tornando muito hostil.
Trump também ameaçou retaliar financeiramente após as restrições chinesas sobre minerais estratégicos e considerou aumentar tarifas sobre produtos chineses importados pelos Estados Unidos.
Os investidores agora temem que esse conflito comercial prejudique a economia americana, reduzindo a demanda por petróleo.
Analisando o mercado, especialistas da DNB Carnegie identificaram sinais claros de superabundância, evidenciados pelo aumento significativo do fluxo de petróleo em trânsito marítimo, que antecipa futuros aumentos nos estoques.
Nos últimos meses, oito países membros da Opep+ revisaram para cima suas cotas de produção em mais de 2,5 milhões de barris por dia, contribuindo para o excesso de oferta.
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