O faturamento real da indústria de transformação diminuiu 1,3% em setembro, em comparação com agosto, após ter caído 5,2% no mês anterior, de acordo com a pesquisa Indicadores Industriais divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na sexta-feira, 7. Os dados levam em conta a série ajustada para variações sazonais.
Segundo a CNI, o setor industrial está enfrentando perda de ritmo ao longo de 2025. Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, explica que isso é resultado tanto do aumento dos juros, tornando o crédito mais caro e difícil para os consumidores, quanto da presença maior de produtos importados, que têm tomado parte importante do mercado interno.
Na mesma base ajustada, o índice de emprego na indústria caiu 0,2% em setembro na comparação com agosto. A massa salarial real também recuou 0,5%, e o rendimento médio real diminuiu 0,3%. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) sofreu uma queda de 0,4 ponto percentual, chegando a 77,9%.
Por outro lado, o total de horas trabalhadas na produção subiu 0,1% no mesmo período.
Comparação anual
Quando comparado a setembro de 2024, o faturamento da indústria apresentou uma redução de 3,2%, segundo dados sem ajuste sazonal. A UCI caiu 2,1 pontos percentuais, situando-se em 79,4%, o rendimento médio real recuou 4,4% e a massa salarial real diminuiu 3,4%. Em contrapartida, as horas trabalhadas aumentaram 0,6%, assim como o índice de emprego, que cresceu 1,1%.
No acumulado do ano, entretanto, o faturamento real registra alta de 2,1%. As horas trabalhadas na produção avançaram 1,3%, e o índice de emprego aumentou 2,0%. Já a massa salarial real caiu 2,4%, e o rendimento médio real sofreu uma queda de 4,4%.
Esses dados refletem um cenário desafiador para a indústria nacional, influenciado tanto por fatores econômicos internos como pela competição externa.
