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quarta-feira, 10/09/2025

Queda da participação da Petrobras em contratos de gás para 69%

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A participação da Petrobras em contratos de longo prazo com distribuidoras de gás natural diminuiu de 100% em 2021 para 69% até o final de 2024, mostrando uma abertura gradual do mercado. Esta informação foi revelada pelo Observatório do Gás Natural, uma iniciativa do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Fundação Getulio Vargas (FGV Ceri).

Embora o número de empresas autorizadas e consumidores no mercado livre tenha aumentado, a competição ainda não chegou ao consumidor final, mantendo os preços do gás elevados e limitando os benefícios econômicos para o país. Em agosto de 2025, havia 226 empresas autorizadas a comercializar gás natural, com um crescimento médio anual de 15%.

O número de agentes autorizados para transporte cresceu 19% ao ano, totalizando 149 em agosto. O mercado livre também mostrou crescimento expressivo, com grandes empresas adquirindo gás diretamente, sem intermediários, aumentando a média anual em 70%.

Apesar desses progressos, muitas empresas ainda enfrentam desafios operacionais, falta de escala e barreiras regulatórias, principalmente regionais. O mercado continua concentrado em grandes consumidores industriais, que possuem maior capacidade de negociação e infraestrutura.

Há diferenças regionais nos preços do gás: no Nordeste, o preço é cerca de 20% menor do que no Sudeste, graças a regras mais flexíveis que facilitam o acesso e estimulam a concorrência. Estados que permitem que empresas migrantes ao mercado livre consumam a partir de 10 mil metros cúbicos por dia beneficiam pequenas e médias empresas, enquanto estados com consumo mínimo elevado restringem o mercado.

Sem uma concorrência efetiva, a indústria brasileira paga em média R$ 43,65 a mais por milhão de BTUs do que nos Estados Unidos, o que gerou, em 2021, um impacto de R$ 2,48 bilhões no Custo Brasil. A abertura total do mercado de gás pode gerar até R$ 21 bilhões de economia anual.

Rogério Caiuby, conselheiro executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC), destaca que é fundamental avançar na implementação da nova legislação, com regras claras e uniformes, ampliar a rede de gasodutos, investir em terminais de regaseificação e garantir acesso justo à infraestrutura disponível.

Estadão Conteúdo

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