A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi criada em 1993 na Casa de Custódia de Taubaté, localizada no interior de São Paulo. Desde então, o PCC não apenas se espalhou por todo o território brasileiro, mas também estabeleceu presença em diversos países ao redor do mundo. Conforme um levantamento realizado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), há mais de 2 mil integrantes da organização criminosa distribuídos em, pelo menos, 28 países além do Brasil.
Na América do Sul, encontram-se as maiores concentrações de membros do PCC fora do Brasil. O Paraguai, de acordo com o levantamento feito no final de 2023, possui a maior quantidade, com 699 integrantes. A Venezuela aparece em segundo lugar, com 656 membros, seguida pela Bolívia, com 146 integrantes.
Na Europa, Portugal é o país com o maior número de membros do PCC, contabilizando 87 indivíduos. Logo atrás estão Espanha, com 26 integrantes, e França, com 11. Holanda, Irlanda e Itália contam com 3 membros cada; Bélgica, Inglaterra e Suíça com 2; e Alemanha, Sérvia e Turquia, países que abrigam um membro da facção cada um. A Turquia é um país que fica em dois continentes: Europa e Ásia.
Nos Estados Unidos, país que já incluiu o PCC em sua lista de sanções contra o narcotráfico internacional, existem 15 integrantes da facção, conforme dados do MP-SP. No México, foram identificados 3 membros. No Japão, há registro de 3 integrantes, enquanto no Líbano foi detectado ao menos um.
O relatório sobre a atuação do PCC internacionalmente foi inicialmente divulgado pelo portal G1 e obtido pelo Estadão. Este documento tem sido utilizado pelo Ministério Público em reuniões com consulados e embaixadas para fomentar a cooperação internacional. A pesquisa, realizada no final de 2023, baseou-se no monitoramento das redes internas da facção, incluindo seu alto escalão.
A integração do PCC em diferentes países nem sempre indica uma tentativa da facção de expandir o tráfico de drogas nesses locais. Muitas vezes, essa presença está vinculada a outros tipos de crimes, como lavagem de dinheiro.
Estadão Conteúdo