Saber quando o bebê deve nascer é uma grande dúvida durante a gravidez. Embora o parto seja algo natural, médicos alertam que tanto antecipar quanto atrasar o nascimento pode provocar graves riscos para a saúde da mãe e do bebê. Cada gestação tem seu próprio ritmo, e o acompanhamento médico rigoroso é fundamental para que o parto aconteça na hora certa.
Normalmente, o parto ocorre entre 37 e 42 semanas de gestação, período em que o bebê já está com os órgãos desenvolvidos e funcionando bem. Porém, não existe uma regra única para definir o momento exato do nascimento.
A obstetra Polyana Mattedi Carvalho, coordenadora da ginecologia e obstetrícia do Hospital Mater Dei Goiânia, explica: “Nada determina com exatidão a hora certa do nascimento. Cada bebê e mãe têm seu tempo. A dilatação sozinha não indica o parto, é necessário avaliar as contrações e a posição do bebê.”
O obstetra Guilherme Fernandes, do consultório Maternize em Brasília, explica que o trabalho de parto é resultado de múltiplos fatores: “Além da dilatação, o colo do útero deve estar afinado e mole, e o bebê na posição correta para passar pelo canal de parto. Estes sinais indicam que o nascimento está próximo.”
Consequências de parto atrasado
A espera exagerada pode causar sofrimento no feto, pois a oxigenação do bebê pode ficar comprometida. A brasiliense Juliana Araújo, de 26 anos, vivenciou isso. Com 37 semanas e 6 dias de gestação, ao perder líquido amniótico procurou atendimento imediatamente. Após internada, a equipe médica percebeu que o líquido havia parado de sair e os batimentos cardíacos do bebê não eram detectados. Quatro horas depois, o parto foi induzido e a criança nasceu em parada cardíaca, precisando de reanimação por 30 minutos. Graças ao atendimento adequado, mãe e bebê estão saudáveis atualmente.
“O atendimento no parto deve ser humanizado e a paciente e família precisam estar envolvidos em todas as etapas, garantindo segurança e clareza no plano definido”, ressalta Polyana.
É fundamental a presença de profissionais treinados, incluindo médico obstetra e pediatra, para lidar rapidamente com qualquer situação inesperada no parto.
Sinais e cuidados no trabalho de parto
- O parto ocorre principalmente entre 37 e 42 semanas, quando mãe e bebê estão prontos.
- A dilatação, contrações, afinamento do colo do útero e posição do bebê são sinais avaliados pelos médicos.
- Antecipar ou atrasar o parto pode trazer riscos, que devem ser analisados caso a caso.
- Gestantes devem observar sinais como contrações regulares, perda de líquido e sangramento para buscar ajuda imediata.
Riscos do parto prematuro
Por outro lado, antecipar o parto sem indicação médica pode ser perigoso. Nas prematuridades (antes de 37 semanas), o bebê pode necessitar de cuidados intensivos, pois não está preparado para viver fora do útero.
Polyana destaca: “Em casos graves como pré-eclâmpsia ou diabetes descontrolada, antecipar o nascimento pode ser mais seguro para mãe e bebê. Assim, cada situação deve ser avaliada por profissionais.”
Guilherme Fernandes acrescenta: “Se não houver riscos, o ideal é deixar o parto ocorrer espontaneamente.”
Se a gestante estiver afastada de hospitais, é ainda mais importante conhecer os sinais do trabalho de parto e buscar atendimento ao menor sinal de problema.
Conclusão
Especialistas concordam que respeitar o tempo natural da gravidez é o melhor caminho quando não há complicações. O corpo da mulher indica o momento e, mesmo com órgãos formados, o bebê atinge maturidade neurológica por volta da 39ª semana, momento ideal para nascer, segundo Polyana.