Uma pintura feita em 1940 pela artista mexicana Frida Kahlo foi leiloada por US$ 54,7 milhões — cerca de R$ 291 milhões —, nessa quinta-feira (20/11), em Nova York. Chamado de El sueño (La cama) — O sonho (A cama), em tradução livre —, o autorretrato tornou-se a obra de uma artista feminina mais cara da história.
A pintura mostra Frida em uma cama, enquanto um esqueleto envolto em dinamites repousa acima dela. O lance inicial foi na casa de US$ 40 milhões, e após quatro minutos de disputa, a peça foi vendida pelo valor recorde. O nome do comprador não foi divulgado.
A obra foi vendida na casa de leilões Sotheby’s, onde recentemente um retrato do pintor austríaco Gustav Klimt foi leiloado por US$ 236,4 milhões — tornando-se a obra de arte moderna mais cara do mundo.
O autorretrato de Frida Kahlo superou o recorde da obra Jimson Weed/White Flower No. 1, da pintora norte-americana Georgia O’Keeffe, vendida por US$ 44,4 milhões em 2014.
Este autorretrato faz parte das poucas obras de Frida Kahlo que estão fora do México, onde todo o catálogo de seus trabalhos é considerado patrimônio artístico nacional. No México, as obras dela não podem ser vendidas para o exterior nem modificadas. A maioria das peças está exibida no Museu Frida Kahlo, também conhecido como Casa Azul, na Cidade do México.
O museu abriga pinturas, artefatos, objetos pessoais e peças da coleção particular, expostas nos cômodos da casa onde Frida viveu e faleceu.
A obra El sueño (La cama), leiloada nesta semana, era propriedade de um investidor particular com autorização legal para venda internacional. A Sotheby’s descreve essa pintura como uma reflexão fantasmagórica sobre a tênue linha entre o sono e a morte.
O esqueleto pairando é muitas vezes visto como uma representação do medo da artista em relação à morte durante o sono, algo compreensível para uma artista cuja vida foi marcada por dores intensas e traumas pessoais.
