São Paulo, SP (UOL/FolhaPress) – O Qatar divulgou nesta segunda-feira (23) o fechamento temporário de seu espaço aéreo como medida preventiva em meio ao conflito envolvendo Irã e Israel na região.
A decisão foi comunicada pelo Ministério das Relações Exteriores do Qatar nas redes sociais, afirmando que a suspensão do tráfego aéreo é para preservar a segurança de cidadãos, residentes e visitantes no país.
Essa ação ocorre após o Irã renovar suas ameaças contra os Estados Unidos. No sábado passado (21), o presidente Donald Trump aprovou ataques a três instalações nucleares iranianas.
Além disso, várias escolas no Qatar receberam ordens de fechamento. Embaixadas dos Estados Unidos e Reino Unido no país emitiram recomendações para que seus cidadãos permaneçam em segurança dentro de suas residências até novo comunicado.
Ataque dos EUA
O Irã respondeu com ameaças aos Estados Unidos após os bombardeios nas suas instalações nucleares. O porta-voz das Forças Armadas iranianas, Ebrahim Zolfaghari, declarou que o ataque americano ampliará o alcance dos alvos legítimos do Irã e poderá intensificar o conflito regional.
Recentemente, sete bombardeiros B-2 lançaram 14 bombas contra alvos iranianos, segundo informações do secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, esclarecendo que o objetivo era neutralizar ameaças ao programa nuclear iraniano.
Uma avaliação inicial indicou que três complexos nucleares foram gravemente danificados ou destruídos, conforme relatado pelo chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine. Contudo, ele não quis especular se capacidades nucleares ainda permanecem intactas.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) solicitou acesso às instalações para verificar os níveis de urânio enriquecido depois dos ataques, de acordo com o diretor-geral, Rafael Grossi.
Contexto do Conflito
O conflito entre Irã e Israel começou há dez dias, depois que Israel atacou o Irã no dia 13 de junho sob a acusação de que o Irã estaria tentando produzir armas nucleares, ampliando confrontos na região do Oriente Médio.
O Irã sustenta que seu programa nuclear é destinado a fins pacíficos e afirmou que estava em negociações com os Estados Unidos para cumprir o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário.
Embora a AIEA tenha acusado o Irã de não cumprir todos os termos do tratado, ela não encontrou evidências de produção de armas nucleares. O governo iraniano acusa a agência de atuar politicamente, influenciada por potências ocidentais como Estados Unidos, França e Reino Unido, que apoiam Israel no conflito.
Em março, os serviços de inteligência americanos concluíram que o Irã não está fabricando armamento nuclear. Apesar da rejeição israelense, diversas fontes históricas indicam que o Irã mantém um programa nuclear secreto desde a década de 1950, com possíveis desenvolvimentos de numerosas ogivas nucleares.