O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira (2/9) que existe a chance de se alcançar um acordo sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, contudo, rejeitou a possibilidade do país integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Esta declaração ocorre no contexto das negociações estagnadas para o cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia e diante do significativo apoio da Europa ao território ucraniano.
“Há alternativas para assegurar a segurança da Ucrânia se o conflito terminar. Este tema também foi discutido em Anchorage, durante a reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump. Parece-me possível chegarmos a um consenso neste ponto […] Nunca fomos contra a adesão da Ucrânia à União Europeia. No que toca à Otan, a questão é distinta, pois envolve a segurança da Rússia a longo prazo”, afirmou durante encontro com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, na China.
Para facilitar um acordo de paz, o presidente dos EUA, Donald Trump, reuniu-se com o presidente russo, Putin, e com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. As expectativas para um encontro entre as duas lideranças estavam elevadas, porém, após declarações contraditórias, a viabilidade dessa cúpula diminuiu.
A posição de Putin ocorre enquanto a Ucrânia recebe reforços militares da Europa e da Otan para proteger seus territórios e evitar uma nova invasão russa. Este é um dos principais entraves para o cessar-fogo, já que a Rússia deseja ampliar sua influência para o leste de Kiev, enquanto Zelensky recusa ceder ou trocar terras com a Rússia.
O líder russo também mencionou que seu país suportou por muito tempo ataques ucranianos contra a infraestrutura energética, mas respondeu com força, o que fez o conflito se prolongar por anos. Ele negou qualquer plano de ofensiva militar contra a Europa.
“Não quero comparar a União Europeia e a Otan a répteis ou animais. Eles não são contadores de histórias, mas especialistas em filmes de terror. Existe uma histeria constante sobre a suposta intenção da Rússia de atacar a Europa. Qualquer pessoa racional compreende que a Rússia não tem, nunca teve e nunca terá o desejo de agredir ninguém”, declarou.
Sobre o cessar-fogo na Ucrânia, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que terá um encontro com Zelensky em Uzhgorod nesta sexta-feira, afirmou que tratará o tema com a máxima seriedade para buscar o fim da guerra. Ele reforçou que não é aceitável que ataques ocorram em infraestruturas tão importantes para o país.