A reunião recente dos líderes de Rússia, Irã e Turquia demonstrou ao Ocidente que está se formando uma nova ordem mundial, escreveu o colunista Ozan Demircan para a edição alemã Handelsblatt.
“Uma mensagem lançada com estas negociações é clara: os países ocidentais obtêm concorrentes e perdem a sua influência nas questões geopolíticas sérias”, acredita o jornalista.
Demircan salientou que a Rússia, representada por Vladimir Putin, está criando de forma insistente uma nova ordem mundial, enquanto o Ocidente vigia o processo, incapaz de intervir, sem oportunidade alguma de isolar a Rússia na arena internacional.
Os homólogos de Putin, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o presidente iraniano Ebrahim Raisi, seguem a mesma linha. Assim, o colunista chama atenção ao fato de Teerã ter ampliado muito a rede de contatos dela nos últimos tempos, apesar das sanções, enquanto Ancara desempenha um papel cada vez mais importante nas negociações de resolução de crises mundiais.
“A unidade que a reunião demonstrou foi muito mais do que uma ação política de relações públicas. O Ocidente não deve a subestimar”, constatou o analista.
Na semana passada, Vladimir Putin, Recep Tayyip Erdogan e Ebrahim Raisi realizaram em Teerã negociações trilaterais no formato de Astana, discutindo a situação na Síria.
Após o início da operação militar de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão de sanções contra Moscou. Muitos países anunciaram o congelamento de ativos russos, com o Ocidente embarcando no curso de recusa da energia russa. Tais medidas resultaram em problemas econômicos para a própria Europa e os Estados Unidos, tendo provocado o aumento dos preços de alimentos e combustível.