16.5 C
Brasília
terça-feira, 17/06/2025




Putin lança grande ataque a Kiev com atenção no Oriente Médio

Brasília
céu pouco nublado
16.5 ° C
16.5 °
15 °
83 %
1.1kmh
15 %
qua
26 °
qui
26 °
sex
26 °
sáb
28 °
dom
21 °

Em Brasília

IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Enquanto o mundo mantém o foco na nova guerra no Oriente Médio, a Ucrânia viveu uma das noites mais difíceis em seus quase três anos e meio de conflito em Kiev. Um pesado ataque russo resultou na morte de 16 pessoas na capital ucraniana.

Foram utilizados 440 drones e 32 mísseis, quase alcançando o recorde russo de 499 armamentos em um único ataque. A maior parte das armas foram direcionadas à capital, contudo, outras regiões também sofreram ataques, inclusive Odessa, no sul, onde uma pessoa perdeu a vida.

O ataque concentrou-se principalmente na capital, com 27 áreas atingidas em diversas ondas que duraram a noite inteira. Pela manhã, um prédio residencial de nove andares foi atingido por um drone no distrito de Smolianskii, como mostraram vídeos do ataque. As forças russas afirmaram ter como alvo apenas instalações militares.

Ao menos 44 pessoas ficaram feridas, conforme o governo local, e entre os mortos está um cidadão americano de 62 anos atingido por destroços.

A Ucrânia também realizou ataques contra a Rússia, com pelo menos 147 drones derrubados pelo Ministério da Defesa em Moscou, indicando um número ainda maior de aeronaves lançadas, duas delas visando a capital russa.

Esse grande ataque acontece em um momento delicado do conflito. O ataque de Israel ao Irã desviou a atenção da guerra europeia, e em ambos os conflitos, o presidente americano Donald Trump é uma figura-chave para o desenrolar dos acontecimentos.

Na segunda-feira (16), Trump surpreendeu o Kremlin ao anunciar a suspensão das conversas diretas iniciadas entre Rússia e Estados Unidos, motivada principalmente pela sua participação na reunião do G7 no Canadá.

Durante esse encontro, Trump mudara sua postura de apoio incondicional a Kiev para uma posição mais cautelosa e próxima das visões russas sobre a origem do conflito. Mas o avanço do conflito no Oriente Médio e receios sobre o envolvimento americano fizeram Trump sair do Canadá antes do previsto.

Existem ainda outros desafios. Há duas semanas, a Rússia apresentou suas condições para o fim do conflito e recebeu as demandas ucranianas. As propostas são incompatíveis: a Rússia não aceita cessar-fogo sem acordo prévio, e a Ucrânia não aceita as condições russas, que envolvem perda territorial e a realização de eleições condicionadas.

Esse impasse frustra Trump, que tenta desde antes do início de seu segundo mandato em janeiro oferecer uma solução rápida para uma guerra complexa. Ele já realizou três encontros presenciais com os russos e falou cinco vezes ao telefone com Vladimir Putin, aguardando mais avanços.

Em Moscou, observadores próximos ao Kremlin afirmam que a ordem é resistir. O ataque de terça-feira integra a estratégia de manter a pressão militar. No terreno, houve progressos lentos nas regiões sul e leste da Ucrânia.

Além disso, a guerra entre Israel e Irã favorece Putin, que apesar da pressão americana, não enfrenta qualquer ultimato de Trump. Com o aumento do preço do petróleo devido à instabilidade no Oriente Médio, Putin pode até se beneficiar da situação complicada dos aliados em Teerã, já que parte da receita da grande produção russa desse recurso financia o esforço de guerra.




Veja Também