O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e o presidente russo Vladimir Putin estarão presentes em um desfile militar realizado em Pequim, na China. O evento faz parte da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, conduzida pelo presidente chinês Xi Jinping, programada para o dia 31 de setembro. A reunião contará com a presença de 26 líderes globais para celebrar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, após a rendição do Japão.
Esta cúpula marca a primeira participação internacional multilateral do líder norte-coreano, evidenciando a crescente influência do presidente chinês ao organizar um encontro diplomático com diversos chefes de estado. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou por não participar, mas expressou interesse em se encontrar com Kim Jong Un.
Putin e Kim Jong Un ganham destaque como parceiros estratégicos da China, ambos enfrentando sanções internacionais. A Rússia sofre múltiplas sanções desde a invasão de territórios na Ucrânia, com a economia em risco de recessão, fazendo da China um dos seus parceiros comerciais mais importantes.
A Coreia do Norte, aliada formal da China, está sob sanções do Conselho de Segurança da ONU desde 2006 devido ao desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos, o que tem impacto econômico e limita sua cooperação internacional, atualmente mantida com o suporte da Rússia e da China.
No dia do evento, o presidente Xi Jinping apresentará uma demonstração com dezenas de milhares de soldados na Praça da Paz Celestial.
Parceria estratégica entre China e Rússia
De acordo com o jornal Global Times, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, ressaltou que a presença de Putin enfatiza a parceria estratégica e coordenada entre China e Rússia. Ele destacou o contexto histórico dos dois países no marco da celebração do fim da Segunda Guerra Mundial, lembrando que China e União Soviética foram os principais cenários de luta antifascista na Ásia e Europa, constituindo o pilar central contra o militarismo.
As relações bilaterais são prioridade para o porta-voz russo, Dmitry Peskov, que confirmou que a visita inédita de Putin à China está sendo preparada.
A Coreia do Norte declarou apoio total às ações russas na guerra contra a Ucrânia, reforçando a aliança estratégica com Rússia, ampliando vínculos diplomáticos e militares após o tratado de cooperação estratégico assinado em junho de 2024. O encontro serve também para discutir futuras parcerias geopolíticas.
Líderes presentes na cúpula:
- Rússia: Vladimir Putin (presidente)
- Coreia do Norte: Kim Jong Un (líder)
- Camboja: Norodom Sihamoni (rei)
- Vietnã: Luong Cuong (presidente)
- Laos: Thongloun Sisoulith (líder)
- Indonésia: Prabowo Subianto (presidente)
- Malásia: Anwar Ibrahim (primeiro-ministro)
- Mianmar: Min Aung Hlaing (líder)
- Mongólia: Ukhnaa Khurelsukh (presidente)
- Paquistão: Shahbaz Sharif (primeiro-ministro)
- Nepal: KP Sharma Oli (primeiro-ministro)
- Maldivas: Mohamed Muizzu (presidente)
- Cazaquistão: Kassym-Jomart Tokayev (presidente)
- Uzbequistão: Shavkat Mirziyoyev (presidente)
- Tadjiquistão: Emomali Rahmon (presidente)
- Quirguistão: Sadyr Japarov (presidente)
- Turcomenistão: Serdar Berdimuhamedov (presidente)
- Irã: Masoud Pezeshkian (presidente)
- Belarus: Alexander Lukashenko (presidente)
- Azerbaijão: Ilham Aliyev (presidente)
- Armênia: Nikol Pashinyan (primeiro-ministro)
- Sérvia: Aleksandar Vucic (presidente)
- Eslováquia: Robert Fico (primeiro-ministro)
- República do Congo: Denis Sassou Nguesso (presidente)
- Zimbábue: Emmerson Mnangagwa (presidente)
- Cuba: Miguel Díaz-Canel (líder)