Presidente da Rússia Vladimir Putin declarou nesta sexta-feira (21/11) que o novo plano dos Estados Unidos para acabar com o conflito na Ucrânia retoma pontos de uma proposta já discutida após sua reunião com Donald Trump no Alasca. Segundo ele, Washington solicitou concessões específicas durante essas negociações, que tiveram progresso, mas foram suspensas após a Ucrânia rejeitar a proposta apresentada.
Putin afirmou que Moscou recebeu o texto atualizado do plano elaborado pela administração Trump, porém destacou que “nenhum detalhe foi discutido de forma concreta” com o Kremlin até o momento.
Mesmo assim, o líder russo acredita que o documento “pode servir como base para um acordo de paz definitivo”, caso todas as partes envolvidas tenham vontade política.
Pontos centrais do plano dos EUA
- Os Estados Unidos e aliados reconheceriam a soberania russa sobre a Crimeia, Donbass e outras áreas ocupadas.
- Kiev receberia garantias de segurança dos EUA e da Europa, além de zonas desmilitarizadas nas regiões de retirada ucraniana.
- O exército ucraniano seria reduzido pela metade, perderia armamentos de longo alcance e ficaria proibido de receber tropas estrangeiras. O russo passaria a ser idioma oficial.
- O pacote incluiria também a suspensão das sanções contra Moscou.
- No Donbass, a Ucrânia cederia toda a região, incluindo cidades ainda sob seu controle, como Kramatorsk e Sloviansk.
- Um mecanismo polêmico prevê um “aluguel” pelo qual a Rússia pagaria pelo controle de fato das áreas ocupadas, mantendo a propriedade legal registrada para a Ucrânia.
Presidente russo Vladimir Putin salientou que as tropas do país continuam avançando na região do Donbass, cuja transferência para Moscou é vista como condição essencial para encerrar o conflito. Ele afirmou que a operação militar seguirá pressionando as forças ucranianas “a menos que haja um acordo político claro”.
Por sua vez, o governo Trump estabeleceu o prazo de 27 de novembro para que a Ucrânia se posicione sobre o plano. Segundo agências internacionais, Washington ameaçou suspender o compartilhamento de informações e a ajuda militar caso Kiev rejeite a proposta.
Posição do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky
Volodymyr Zelensky manifestou que o país enfrenta uma decisão difícil: aceitar condições rígidas ou correr o risco de perder um parceiro importante. Sua legitimidade interna está fragilizada por denúncias de corrupção, enquanto as dificuldades enfrentadas pelo exército ucraniano, que sofre com falta de pessoal e perdas no front, pesam na análise de Kiev.