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domingo, 14/12/2025

Putin diz que Rússia está ajudando pessoas na Crimeia, não anexando

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reafirmou a justificativa para a atuação de Moscou na Crimeia, adotando um tom mais firme sobre o conflito na Ucrânia, enquanto novas negociações de paz estão em andamento. Em entrevista divulgada recentemente, ele destacou que a Rússia não anexou a Crimeia, mas sim ofereceu auxílio a um povo que se sentia ameaçado após um golpe de Estado em Kiev.

“Não anexamos a Crimeia. Quero deixar isso muito claro. Apenas viemos para apoiar pessoas que não queriam que suas vidas e futuros ficassem vulneráveis diante daqueles que lideraram o golpe na Ucrânia”, afirmou Putin.

Segundo o líder russo, os habitantes da península reconheceram ser parte da Ucrânia após o fim da União Soviética, mas não desejavam viver sob o risco de represálias.

Putin também negou que o interesse da Rússia na região esteja relacionado ao porto estratégico da Crimeia. “Não havia necessidade de tomar o porto. Nossa Marinha já estava baseada lá devido a um acordo com a Ucrânia, isso é um fato”, explicou.

Em seu pronunciamento, ele reforçou que Moscou pretende tomar o controle total da região de Donbas “pela força das armas”, caso as tropas ucranianas não se retirem. Ele declarou que a Rússia assumirá o comando das áreas de Donetsk e Luhansk se Kiev não recuar: “Ou liberamos esses territórios pela força militar, ou as tropas ucranianas saem dessas regiões”, destacou.

Atualmente, a Rússia detém o controle de cerca de 19,2% da Ucrânia, incluindo Luhansk, mais de 80% de Donetsk e partes de Kherson, Zaporizhzhia, Kharkiv e Sumy. Aproximadamente 5 mil km² de Donetsk continuam sob controle ucraniano.

Recentemente, Moscou declarou a captura das cidades estratégicas de Pokrovsk e Vovchansk, no leste da Ucrânia, embora Kiev conteste essas informações e acuse a Rússia de exagerar seus avanços militares diante do desgaste das defesas ucranianas.

Negociações Exclusivas entre Rússia e EUA

Paralelamente às declarações, o Kremlin confirmou que as discussões sobre um possível acordo de paz são conduzidas exclusivamente entre Rússia e Estados Unidos, sem a participação de países europeus. “A comunicação está ocorrendo apenas entre Washington e Moscou”, afirmou o assessor Yuri Ushakov.

A reunião entre o presidente russo e os representantes norte-americanos Steve Witkoff e Jared Kushner, realizada recentemente, durou quase cinco horas e focou exclusivamente no conflito. Moscou apresentou suas críticas e sugestões aos documentos apresentados pelos EUA, e Ushakov descreveu o encontro como “franco”, “útil” e “construtivo”.

Autoridades ucranianas viajaram para Washington com o objetivo de apresentar suas perspectivas sobre o plano em discussão. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky mantém a postura de não aceitar concessões territoriais.

Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump criticou Zelensky ao afirmar que ele demorou demais para iniciar negociações com Moscou. “Disse que eles não tinham opções estratégicas disponíveis. Aquele era o momento certo para negociar”, comentou o republicano, sugerindo que Kiev perdeu oportunidades importantes.

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