O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou o Comitê Norueguês do Nobel afirmando que ao longo do tempo “o prestígio do prêmio se perdeu” ao conceder a pessoas que não contribuíram para a paz.
Essa declaração foi feita na sexta-feira (10/10), no Tajiquistão, no mesmo dia em que María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, recebeu o Nobel da Paz.
“Houve momentos em que o Comitê Nobel premiou pessoas que não fizeram nada pela paz. Por isso, o prestígio do prêmio diminuiu bastante”, declarou Putin.
Ele está em Dushanbe, capital do Tajiquistão, para se encontrar com seu colega Emomali Rahmon e fortalecer as relações entre os países. Durante o encontro, Putin destacou a relevância da Comunidade de Estados Independentes e comentou sobre as conversas que teve com Donald Trump no Alasca.
Comentando sobre o prêmio, Putin mencionou os esforços de Trump para encerrar a guerra na Ucrânia, dizendo que nem todos os detalhes da cúpula foram divulgados, mas que o ex-presidente americano possui um entendimento para resolver o conflito por meios pacíficos.
Ele elogiou a dedicação de Trump mesmo após o ex-presidente não ter sido agraciado com o Nobel da Paz.
“Eu conheço bem a situação da crise na Ucrânia. Ele (Trump) se preocupa sinceramente com isso. Talvez ainda haja muito a fazer com base no acordo e nas discussões feitas em Anchorage. Mas ele realmente está tentando e trabalhando para resolver situações internacionais complicadas”, destacou o líder russo.
Em vários discursos, Trump afirmou merecer o prêmio por seus esforços para acabar com conflitos no Oriente Médio, particularmente na Faixa de Gaza, envolvendo Israel e o Hamas. Segundo ele, conseguiu encerrar sete conflitos mundiais.
O diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, comentou após a derrota de Trump, dizendo que o Comitê Norueguês do Nobel priorizou “a política em vez da paz”.
Líder da oposição da Venezuela ganha Nobel da Paz
O Comitê Norueguês do Nobel anunciou María Corina Machado como vencedora do prêmio Nobel da Paz por seus esforços incansáveis na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e pela sua luta por uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia.
Ela ligou para seu aliado Edmundo González Urrutia após receber o prêmio e disse estar em estado de choque, sem acreditar na conquista.
Corina Machado foi impedida de se candidatar nas eleições presidenciais de 2024 e tem permanecido escondida desde que o governo venezuelano iniciou uma série de perseguições contra ela.