O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (20/11) que a liderança atual da Ucrânia transformou-se em uma gangue criminosa preocupada mais em enriquecer do que em governar o país em meio a um conflito. A afirmação foi feita durante uma visita a um posto de comando militar.
Segundo Putin, os líderes ucranianos estão acomodados em luxo enquanto o país sofre com uma grave crise política e militar. Ele citou especificamente Timur Mindich, aliado de Volodymyr Zelensky que deixou o país antes de ser detido sob suspeita de extorsão, notando que Mindich possuía um vaso sanitário de ouro em seu apartamento de alto padrão em Kiev.
“Esta não é a verdadeira liderança política da Ucrânia. É uma quadrilha que exerce o poder para benefício próprio”, afirmou Putin a comandantes na linha de frente. “É claro que essas pessoas, desfrutando de seus luxos, dificilmente se importam com o destino do povo ucraniano ou dos soldados comuns.”
Investigação e consequências
O caso relacionado a Mindich veio à tona recentemente, quando o Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia iniciou investigações sobre uma organização criminosa que desviou cerca de 100 milhões de dólares da estatal energoatômica do país.
As investigações resultaram na saída de ministros importantes, incluindo o da Justiça, German Galushchenko, e da Energia, Svetlana Grinchuk.
Outros membros próximos ao governo de Zelensky também foram implicados, como o chefe de gabinete Andrey Yermak, o ex-ministro da Defesa e atual chefe do Conselho de Segurança Nacional Rustem Umerov, e o ex-vice-primeiro-ministro Aleksey Chernyshov. Mindich deixou o país antes de ser preso.
Reação do Kremlin
O Kremlin afirmou que o escândalo confirma que os fundos enviados por países aliados para ajudar a Ucrânia não estão sendo usados conforme planejado. O porta-voz Dmitry Peskov disse que a situação nesse governo tem saído do controle e que o roubo desses recursos estrangeiros não é apenas um problema interno da Ucrânia.
Essas declarações surgem em um momento de negociações diplomáticas envolvendo Estados Unidos, Rússia e Ucrânia. Um novo plano de paz foi apresentado recentemente pela administração do ex-presidente Donald Trump à Ucrânia, buscando uma resolução para o conflito.