O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (27/11) que prevê um término rápido do conflito na Ucrânia, porém destacou que isso só acontecerá caso Moscou alcance todos os objetivos da sua missão militar especial. Ele afirmou que, apesar das negociações internacionais estarem em andamento, ainda não há um esboço de um acordo de paz finalizado.
“Também espero que o conflito na Ucrânia termine. Quanto mais cedo, melhor, se alcançarmos as metas da missão militar especial”, comentou Putin. Ele negou que haja mudanças estratégicas em resposta às recentes movimentações no campo de batalha.
O líder russo reforçou que não existe um rascunho oficial para o acordo de paz com a Ucrânia. Segundo ele, os Estados Unidos apresentaram apenas uma lista de pontos para discussão, não um texto fechado. “Seria inadequado falar em versões finais neste momento, pois elas ainda não existem”, explicou. Putin acrescentou que Washington considerou a posição russa em algumas questões, mas ressaltou que os temas principais ainda precisam ser debatidos profundamente.
Mesmo com as incertezas, o Kremlin demonstrou interesse em continuar as negociações. Uma missão dos EUA deve visitar Moscou no começo da próxima semana, embora Putin não tenha revelado os nomes dos representantes, dizendo que essa responsabilidade cabe ao presidente americano.
Pela parte russa, o grupo de negociação incluirá membros do Ministério das Relações Exteriores e dois conselheiros presidenciais: Vladimir Medinsky, que liderou as tratativas com Kiev em 2022, e Yury Ushakov, personagem central nos contatos atuais com Washington.
Disputas nas propostas
As conversas entre Moscou, Washington e Kiev seguem em meio a divergências perceptíveis entre os planos norte-americano e europeu.
- Proposta dos EUA: reconhece o domínio russo sobre a Crimeia, Donetsk e Luhansk; mantém a situação atual em Kherson e Zaporíjia; e exige que a Ucrânia renuncie à ideia de ingressar na Otan.
- Proposta europeia: não reconhece a soberania da Rússia sobre nenhum território ucraniano e não bloqueia permanentemente a entrada da Ucrânia na Otan.
Putin, entretanto, ressaltou que qualquer cessar-fogo ou acordo definitivo só será aceito se Moscou considerar que alcançou seus objetivos estratégicos, o que mantém o conflito sob dependência das decisões militares no campo.
Enquanto isso, Kiev mantém sua postura firme de não aceitar concessões territoriais permanentes, e as potências europeias procuram preservar uma posição unificada contra qualquer acordo que possa legitimar a ocupação russa.