O presidente russo, Vladimir Putin, solicitou nesta segunda-feira (22/9) que órgãos governamentais acompanhem atentamente os avanços dos Estados Unidos em sistemas de defesa antimísseis, incluindo a possível instalação de interceptores no espaço. Durante uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, Putin destacou que o país vai focar principalmente no arsenal estratégico ofensivo dos EUA.
“Peço às agências responsáveis que mantenham vigilância constante sobre as atividades importantes do lado americano, especialmente no que tange ao arsenal ofensivo estratégico. Deve haver atenção especial também aos planos para o desenvolvimento dos componentes estratégicos do sistema antimísseis dos EUA”, afirmou Putin.
O líder do Kremlin enfatizou que a Rússia reagirá de maneira adequada a qualquer movimento que perceba como uma ameaça, salientando ainda que a proposta russa para a extensão do tratado New START pode abrir caminho para um diálogo estratégico com Washington.
Putin acredita que a adoção de tais práticas desestabilizadoras pode comprometer os esforços russos para manter o equilíbrio nas armas ofensivas estratégicas.
Este alerta da Rússia não é algo novo. No início do ano, o governo já havia criticado os planos do então presidente dos EUA, Donald Trump, de desenvolver um escudo antimísseis inspirado no Domo de Ferro de Israel. Na ocasião, o diplomata Grigory Mashkov apontou que essa medida poderia levar a um aumento do arsenal nuclear russo e dificultar os esforços para a redução de armas estratégicas.
O sistema americano inspirado no Domo de Ferro israelense seria capaz de detectar e interceptar projéteis direcionados ao território dos Estados Unidos. Segundo Mashkov, essa iniciativa representa uma ameaça à estabilidade global e pode impulsionar a Rússia a expandir quantitativa e qualitativamente seu arsenal de mísseis e armas nucleares.
De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), a Rússia detém aproximadamente 5.580 armas nucleares, sendo reconhecida como a maior potência nuclear do mundo. O investimento global em armamentos nucleares tem aumentado nos últimos anos; conforme a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN), mais de 2,8 bilhões de dólares foram aplicados por segundo em 2023.