O presidente da Rússia, Vladimir Putin, mencionou o Brasil e outras nações como colaboradores importantes nos esforços internacionais para encontrar uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia durante seu discurso no Fórum Valdai na manhã desta quinta-feira (2/10).
“Agradeço a todos os países que, ao longo das últimas décadas, trabalharam intensamente para buscar uma saída para esta situação. Estes são nossos parceiros, fundadores do Brics: a China, a Índia, o Brasil, a África do Sul, a Bielorrússia e, por acaso, também a Coreia do Norte”, declarou Putin.
Ele também citou aliados no mundo árabe e islâmico, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito, Turquia e Irã, além de países da Europa e da América Latina.
Putin admitiu que, até o momento, não foi possível encerrar totalmente os combates, responsabilizando “uma minoria, principalmente na Europa” pelos aumentos no conflito, mas ressaltou sua confiança na possibilidade de maior boa vontade internacional e em mudanças sociais na Ucrânia.
O pronunciamento do líder russo acontece em um contexto de movimentações diplomáticas do Brasil, cujo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, tem buscado de forma discreta uma trégua e o fim da guerra no país europeu.
Recentemente, durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, Lula e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se reencontraram após dois anos. Fontes diplomáticas indicam a possibilidade de um novo encontro durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para novembro em Belém, embora a participação de Zelensky ainda esteja indefinida.
O governo brasileiro informou que Lula reiterou seu compromisso com o diálogo e negociações para promover a paz, inclusive por meio do Grupo de Amigos da Paz, iniciativa do Brasil e da China. O presidente brasileiro também defende o envolvimento de outros países, com suporte da ONU, para negociar um cessar-fogo duradouro entre Rússia e Ucrânia.
Além do conflito, Lula e Putin discutiram a situação política e econômica global em agosto. Naquela ocasião, o Palácio do Planalto divulgou que o líder russo elogiou os resultados da Cúpula do Brics realizada em julho no Rio de Janeiro, e reforçou a intenção de promover ainda este ano a próxima edição da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia.