O presidente Vladimir Putin declarou que a Rússia tomará completamente a região de Donbas pela força, caso as tropas ucranianas não saiam voluntariamente. Essa fala reforça uma das principais exigências do governo russo enquanto tentam negociar um possível acordo de paz.
Putin disse: “Ou liberamos esses territórios pela força, ou as tropas ucranianas precisam sair”.
A Ucrânia rejeita a retirada, afirmando que não vai entregar áreas que a Rússia não conseguiu conquistar no campo de batalha.
A Rússia controla atualmente cerca de 19,2% do território ucraniano, incluindo partes das regiões de Luhansk, Donetsk, Kherson, Zaporizhzhia, Kharkiv e Sumy. Em Donetsk, aproximadamente 5 mil km² ainda estão sob controle ucraniano.
Negociações exclusivas entre Moscou e Washington
O governo russo confirmou que as conversas sobre o cessar-fogo estão acontecendo apenas entre Rússia e Estados Unidos, sem envolvimento da Europa. Segundo o assessor presidencial Yuri Ushakov, a comunicação está ocorrendo somente entre Washington e Moscou, apesar de Putin mencionar que líderes europeus são bem-vindos para participar.
Uma reunião de quase cinco horas entre Putin e os representantes americanos Steve Witkoff e Jared Kushner discutiu apenas a guerra na Ucrânia. Moscou apresentou críticas e propostas aos documentos levados pelos EUA. Ushakov descreveu a reunião como franca, útil e construtiva, mas sem previsão para um encontro entre Putin e Donald Trump.
Avanços no campo de batalha paralelos às negociações
Enquanto as conversas continuam discretamente, a luta segue intensa. Moscou afirmou ter tomado o controle das cidades estratégicas de Pokrovsk e Vovchansk, no leste da Ucrânia. Kiev contesta essas informações, acusando a Rússia de exagerar seus ganhos diante das dificuldades enfrentadas.
O representante do Kremlin Kirill Dmitriev publicou uma mensagem positiva, acompanhada por um emoji de pomba branca, sinalizando avanço nas negociações. Ainda assim, ressaltou que nenhum acordo foi fechado e que não há previsão de reunião entre Putin e Donald Trump.
Do lado ucraniano, delegados viajaram para Washington para discutir o plano de paz. O presidente Volodymyr Zelensky reforça que não aceitará que a Rússia seja beneficiada por ter iniciado o conflito e rejeita qualquer perda territorial.
Na quarta-feira, Donald Trump criticou Zelensky, dizendo que ele demorou para começar as negociações com a Rússia. “Eu falei que eles não tinham muitas opções,” afirmou Trump aos jornalistas, referindo-se ao encontro com o presidente ucraniano. “Aquele teria sido o momento ideal para negociar. Agora, eles enfrentam muitas dificuldades.”
