Partido dos Trabalhadores (PT) expressou preocupação ao criticar o posicionamento de navios de guerra dos Estados Unidos na costa da Venezuela. Nos últimos dias, as tensões aumentaram após o governo de Donald Trump ordenar o deslocamento de uma força naval com mais de quatro mil militares, alegando o combate a grupos envolvidos com narcotráfico.
Em nota divulgada no sábado (30/8), o partido do presidente Lula afirmou que ações agressivas não contribuem para a busca de soluções diplomáticas e pacíficas.
“A Secretaria de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores observa com apreensão os recentes eventos no Mar do Sul do Caribe, especialmente as ameaças direcionadas à Venezuela”, ressaltou o PT. “Reforçamos que ameaças e atos de violência não respeitam nossa tradição de diálogo e construção de acordos pacíficos na América do Sul.”
A movimentação dos navios ocorre após os EUA acusarem Maduro de liderar o cartel Los Soles. Essa acusação, sem evidências concretas, aparece em meio a mudanças na estratégia americana contra o tráfico internacional de drogas.
Os três navios enviados possuem mísseis guiados e outras capacidades significativas. Um deles, o USS Minneapolis-Saint Paul (LCS 21), recentemente ajudou na apreensão de cocaína e maconha no Caribe.
O comunicado do PT surge num momento em que Maduro busca apoios internacionais para impedir possíveis intervenções militares dos EUA. Na fronteira com a Colômbia, a Venezuela reforçou suas tropas com 15 mil militares, prometendo ainda mais investimentos na área. O PT clama por ações que promovam a tranquilidade e a pacificação da região.
“Nossa região deve continuar sendo exemplo de convivência pacífica e cooperação, fundamentada no diálogo respeitoso, conforme o direito internacional e a Carta das Nações Unidas”, afirmou o partido de Lula. “Agora é crucial prevalecer a calma e o compromisso com soluções pacíficas para os desafios enfrentados pelos países do continente.”
O partido também enfatizou que o presidente Lula atua por meio de canais diplomáticos e organizações multilaterais para fomentar a paz, o entendimento e a colaboração na região e no mundo.
Intervenção dos EUA e reação de Maduro
O presidente venezuelano Nicolás Maduro é alvo das acusações dos EUA, que o apontam como líder do cartel Los Soles e ligado diretamente ao tráfico de drogas. Para o Departamento de Defesa americano, o grupo é uma “organização terrorista”, o que justifica ações militares contra o narcotráfico.
A Venezuela nega essas acusações, afirmando que expulsou grandes cartéis de drogas em 2005 e que a maior parte do tráfico ocorre pelo Pacífico, não pelo Caribe. Maduro declarou que os Estados Unidos não terão entrada no país.
“Nem sanções, nem bloqueios, nem guerra psicológica, nem assédio conseguirão nos derrotar. Eles não conseguiram e não conseguirão entrar na Venezuela”, garantiu.
O governo venezuelano está reforçando suas forças com ampla convocação de civis para integrar milícias e busca apoio internacional para obter mais recursos militares e resistir à presença americana na região.