JULIANA ARREGUY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que fará a própria transmissão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) através da sua televisão, rádio e redes sociais.
A transmissão iniciará direto do STF a partir de terça-feira às 8h, com uma repórter entrevistando deputados e senadores do PT. A partir das 9h, quando o julgamento começa, o presidente do partido, Edinho Silva, e o secretário de Comunicação, Éden Valadares, receberão especialistas para discutir o caso.
Os recursos para essa comunicação vêm do próprio partido, financiados majoritariamente pelo fundo eleitoral, que compõe mais de 80% dos recursos disponíveis, além de doações. O PT é o segundo maior beneficiário do fundo eleitoral, recebendo cerca de R$ 11 milhões por mês, atrás somente do PL.
Até hoje, o partido não divulgou os custos da transmissão. Em março, o PT já havia feito uma cobertura ao vivo da denúncia contra Bolsonaro, sem detalhar os gastos.
O partido justifica a cobertura como importante por se tratar de um julgamento histórico. Segundo Edinho Silva, este é um grupo que planejou ações criminosas contra políticos e autoridades, visando romper a ordem democrática.
Éden Valadares também afirma que o julgamento coloca o país diante de uma decisão importante, e por isso o PT acompanhará o processo para informar sua base de militantes e simpatizantes.
Os primeiros convidados para os dois primeiros dias são o jurista Lenio Streck e o advogado Marcelo Uchôa.
Bolsonaro é acusado pela Procuradoria-Geral da República de crimes como organização criminosa armada, tentativa de acabar com o Estado de Direito de forma violenta e tentativa de golpe. Ele nega as acusações.
Ele pode ser condenado a até sete anos de prisão em regime fechado, dentro de uma pena máxima de 43 anos. Outros réus incluem Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-chefe da Ajudância de Ordens e delator), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).
Para garantir a segurança do julgamento, o STF reforçou a segurança na Praça dos Três Poderes, ampliou o efetivo policial com agentes presentes na sede da corte e fiscalizou as residências dos ministros.
O STF informou que 501 jornalistas possuem credenciais para acompanhar os cinco dias de julgamento.