O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) vai se reunir neste sábado (23/8) para definir a nova Executiva Nacional. As mudanças acontecem depois que a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) conquistou a maioria dos votos no Processo de Eleições Diretas (PED) de 2025. Além da presidência, o grupo ocupará os principais cargos estratégicos do partido, como Comunicação e Finanças.
Em julho, Edinho Silva, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e ex-prefeito de Araraquara (SP), recebeu a maioria dos votos para presidir o PT nacionalmente. Com uma postura mais centrada, o novo presidente buscará alianças além da esquerda tradicional, mirando as eleições presidenciais de 2026.
Quem é Edinho Silva?
Edinho Silva tem 60 anos e nasceu em Pontes Gestal, São Paulo. É filiado ao PT desde 1985. Foi prefeito de Araraquara por quatro mandatos, entre 2001 e 2008, e entre 2017 e 2024. Atuou também como deputado estadual entre 2011 e 2015, e foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma Rousseff.
Edinho Silva foi eleito presidente do PT ao garantir maioria de votos no Processo de Eleição Direta (PED) em julho. Ele foi apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e venceu concorrentes renomados do partido, como o deputado federal Rui Falcão (SP), Romênio Pereira e Valter Pomar.
O apoio do presidente Lula foi essencial para a eleição de Edinho Silva, que agora conta com nomes da CNB para compor a nova Executiva Nacional.
Dentre os cargos já definidos está o de Gleide Andrade, próxima à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que deixou a presidência do partido em março para assumir cargo no Palácio do Planalto. Gleide deve continuar na Secretaria de Finanças.
Na Comunicação, espera-se a saída do deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) e a entrada de Éden Valadares, ex-presidente do PT da Bahia, indicado pelo senador Jaques Wagner (PT-BA). Tatto deve ir para a vice-presidência do partido.
Seguindo indicação de Jilmar Tatto, Laércio Ribeiro, ex-presidente municipal do PT em São Paulo, deve assumir a Secretaria de Organização.
Henrique Fontana, da Resistência Socialista, alinhado ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, deve continuar na Secretaria-Geral.
O atual presidente do PT, senador Humberto Costa (PE), deverá assumir a Secretaria de Relações Internacionais, no lugar de Romênio Pereira, que ainda não tem cargo definido.
Petistas comentam que a eleição de Edinho Silva aproxima o PT do centro político, focando sobretudo nas eleições gerais de 2026.
Uma das primeiras alterações deverá ocorrer na comunicação do partido. Recentemente com perfil mais agressivo, espera-se que a nova gestão adote uma linha mais moderada, mantendo a defesa da soberania nacional, mas evitando os confrontos que caracterizaram o bolsonarismo.
A comunicação refletirá a abordagem política do novo comando, em apoio ao governo Lula, considerado o principal ativo do partido.